Prefeitura disponibiliza modernos Centros de Especialidades Médicas à população

Saúde
03/07/2007 09h03

A rede municipal de saúde conta com dois modernos Centros de Especialidades Médicas (Cemar), onde são oferecidos à população consultas, exames e até mesmo pequenas cirurgias. Um deles funciona no bairro Siqueira Campos e o outro no conjunto Augusto Franco. Ao todo, são mais de 1.000 profissionais da área de saúde atendendo diariamente usuários com necessidades específicas. Os Cemar's integram a Rede de Atenção Especializada (REAE), que é uma das redes assistenciais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Criada para garantir a integralidade do atendimento dos pacientes, a REAE tem uma proposta resolutiva e é complementar às demais redes assistenciais (de atenção básica, de urgência e emergência, hospitalar e de atenção psicossocial). Todos os serviços são referenciados, ou seja, só são disponibilizados para os usuários que passaram pela rede de atenção básica e foram encaminhados por um médico de uma das Unidades de Saúde da Família (USFs). Na própria unidade de saúde da família é feita a marcação via Central de Regulação. A porta de entrada é a rede de atenção básica, que avalia, encaminha e agenda. Tem que haver esse direcionamento”, explica a coordenadora da REAE, Sayonara Carvalho. Segundo ela, os únicos serviços portas-abertas´ são os do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e os do Centro de Referência da Saúde do Trabalhador (Cerest). O CTA funciona no Cemar Siqueira Campos e oferece palestras, orientações sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e Aids, além de testes para detecção do virus HIV. Já o Cerest, que disponibiliza consultas, informações, oficinas e conta com uma equipe que faz inspeções em ambientes de trabalho para verificar as condições as quais os funcionários estão expostos, fica no Cemar Augusto Franco. De acordo com a coordenadora, o atendimento é feito por ordem de necessidade. Quem precisa mais é atendido primeiro. Não há filas ou superlotação porque todos os exames, consultas e cirurgias são agendados. E na hora da marcação, o servidor da saúde da rede de atenção básica já passa todas as informações, como nos casos de exames que precisam ser feitos em jejum ou requerem a presença de uma acompanhante”, destaca Sayonara. Especialidades Com mais de 3.000 m² de área construída, a estrutura do Cemar do Siqueira Campos compreende os núcleos de cardiologia e endocrinologia, o Serviço de Reabilitação Física e Motora (Serfismo), o Centro de Especialidades Médicas da Criança e do Adolescente (Cemca) e um ambulatório geral, onde são feitos os atendimentos em ortopedia, proctologia, urologia, ginecologia, entre outras mais de 40 especialidades médicas. Além disso, está em construção o hospital-dia, onde serão feitas cirurgias de pequena complexidade, como fimose, hérnia e histerectomia. O hospital-dia, que será a primeira estrutura desse tipo a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deve ficar pronto em julho, mas já está funcionando parcialmente. A idéia é realizar cirurgias de até 12 horas para desafogar os hospitais, ressalta Sayonara. De acordo com ela, o Cemar Siqueira Campos surgiu em 2001. A reforma foi entregue em março do ano passado, mas constantemente a unidade está sendo ampliada, tanto em sua estrutura física quanto no quadro de especialistas, para atender plenamente as necessidades dos pacientes. Já o Cemar Augusto Franco reúne o Centro de Especialidades Médicas, o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e o Centro de Referência da Saúde do Trabalhador (Cerest). Segundo a gerente da unidade, Jolene Feitoza, são 17 especialidades médicas – entre elas homeopatia, alergologia, dermatologia, oftalmologia, acupuntura e ortopedia – e seis especialidades odontológicas. Ainda de acordo com ela, por dia mais de 500 pessoas são atendidas nos três centros. Em breve, a estrutura deve passar por reformas que vão melhorar o atendimento aos pacientes. Existe um projeto do Ministério da Saúde que prevê a modernização do Cemar Augusto Franco”, diz Jolene, complementando que adequações são necessárias porque no prédio que hoje abriga o Cemar já funcionaram outras unidades da SMS, a exemplo de uma Unidade de Saúde da Família (USF), que foi transferida para outro local. Os Cemars são complementares, oferecem especialidades diferentes. A gente chama isso de adensamento tecnológico. Vamos acrescentando serviços específicos para que o usuário, em um só espaço, possa ter acesso a uma maior variedade de serviços”, observa Sayonara. Usuários Os Cemars atendem não apenas os usuários da capital, mas também pacientes de todo o Estado. De acordo com a coordenadora da REAE, 40% da oferta são destinados para a capital e 60% para o interior. Aracaju é comando único, ou seja, é responsável por equipamentos de saúde utilizados por paciente do próprio município e de cidades vizinhas. Isso quer dizer que Aracaju é pólo de atendimento”, esclarece. Por esse motivo, os Cemars são mantidos com recursos municipais e federais, advindos do Ministério da Saúde. Colaboração Quando a rede de atenção básica é efetiva e funciona direito, há uma diminuição do número de encaminhamentos desnecessários”, comenta Sayonara, concluindo que a colaboração entre as duas redes é fundamental. Segundo ela, a relação com a rede de atenção básica do município de Aracaju é excelente. “Aqui existem especialistas na equipe de médicos da família. As especialidade são as mais comuns e as que os usuários mais necessitam, como pediatria e ginecologia. Isso desafoga o serviço especializado, elogia. Eventualmente, entretanto, há problemas com secretarias de saúde de outros municípios, de acordo com Sayonara. Às vezes os pacientes fazem exames, consultas e ficam horas esperando que alguém venha buscá-los. Semanalmente fazemos um mapeamento da situação e entramos em contato com as prefeituras para que elas tomem providências no sentido de dar assistência a eles, conta, lamentando que muitos tenham que ficar na porta do Cemar, acompanhado de filhos e sem se alimentar, aguardando uma carona para voltar para casa. Por conta disso, muitos usuários perdem consultas, exames ou ainda se submetem a certas situações por falta de informação, como passar por anestesia sem um acompanhante. Para a coordenadora da REAE, é preciso que haja uma colaboração maior por parte dos municípios, no sentido de esclarecer os usuários e se responsabilizar pelo transporte, alimentação e apoio aos pacientes.