Aracaju mantém ações em combate à Hanseníase nos bairros de maior incidência da doença

Saúde
29/07/2014 17h10

Nos últimos cinco anos Aracaju vem apresentando um  alto índice de detecção de casos de hanseníase, uma doença que atinge a pele e os nervos da face, membros superiores e inferiores. A taxa de prevalência da doença na capital sergipana está acima de 22,00 para 100 mil habitantes, apesar da realização das ações de controle nas 43 Unidades de Saúde da Família (USFs). Diante deste quadro, a Saúde de Aracaju, através da Coordenação de Vigilância Epidemiológica, está realizando um projeto, patrocinado e aprovado pelo Ministério da Saúde. O objetivo é realizar atualizações sobre o diagnóstico e detecção da doença, além de buscar soluções de redução dos casos de hanseníase nos bairros de maior infestação, que são os bairros Santos Dumont, Santa Maria, Olaria, Farolândia, Bugio e Cidade Nova. 

De acordo com a coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Aracaju, Raulinna Gomes, a meta é eliminar as maiores taxas de incidência que estão concentradas nessas localidades. "Esses bairros apresentam uma elevada densidade demográfica, se caracterizando pelo predomínio de imóveis de característica horizontal com aglomerados, como vilas, além da deficiência no saneamento básico e abastecimento de água, gerando maior risco de contaminação da doença. E para evitar novos casos, nosso objetivo é intensificar o diagnóstico da hanseníase com o apoio das Unidades de Saúde, juntamente com a população dos bairros prioritários", explica.

A coordenadora ainda afirma que o Projeto Contra a Hanseníase surgiu a partir de reuniões em âmbito nacional sobre doenças epidemiológicas, que depois de elaborado e apresentado ao Ministério da Saúde, foi aprovado recentemente. "Com a taxa elevada da doença, analisamos a necessidade de uma ação focal e de impacto epidemiológico. Nesse sentido, a Saúde de Aracaju idealizou esse projeto, mas como seria necessário maiores recursos financeiros e administrativos, precisamos do apoio do Ministério da Saúde", diz.

Ações de combate à doença

Inicialmente, 14 Unidades de Saúde de Aracaju estão fazendo parte desse projeto. A primeira reunião com as gerentes das Unidades e com as supervisoras de cada região foi realizada no dia 15 de julho deste ano. E durante os dias 22 e 24 de julho já aconteceram os encontros de atualização com os profissionais de saúde, que estão sendo orientados para diagnóstico, detecção e tratamento de casos de Hanseníase.

Aos sábados serão realizadas buscas ativas nas Unidades de Saúde para avaliar pacientes com manchas vermelhas, que podem ser suspeita de hanseníase. "É importante que a população compareça nas unidades, principalmente as pessoas que possuem manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo. Muitas vezes a mancha pode parecer apenas uma micose, mas quanto mais rápido o diagnóstico mais eficiente será o tratamento", finaliza a coordenadora.

Tratamento

A doença tem tratamento e tem cura. O tratamento é ofertado gratuitamente pelo SUS e pode durar de 6 a 12 meses. Em Aracaju é realizado nas Unidades de Saúde da Família, no Hospital Universitário (HU) ou no Serviço de Referência no Combate e Controle da Hanseníase, que funciona no Centro de Especialidades Médicas (Cemar), no bairro Siqueira Campos.

Unidades que participam do Projeto:

USF José Machado De Souza - bairro Santos Dumond
USF Renato Maze Lucas -bairro Santos Dumont
USF João Oliveira Sobral - bairro Santos Dumont
USF Celso Daniel - bairro Santa Maria
USF Elizabeth Pita - Terra Dura
USF Osvaldo Leite - bairro Santa Maria
USF Valter Cardoso - bairro Veneza
USF João Cardoso de Oliveira - bairro José Conrado de Araújo
USF Onésimo Pinto - Jardim Centenário
USF Augusto Franco - bairro Farolândia
USF Antonio Alves - Atalaia
USF Lauro Dantas - bairro Bugio
USF José Quintiliano - bairro Getimana
USF José Augusto Barreto - bairro Japãozinho