Entre as sete salas de aula que fazem parte do prédio do Centro Educacional Agape, unidade de ensino da rede municipal de Aracaju, é possível encontrar a receita do sucesso escolar: união. É assim que as professoras resumem todo o trabalho pedagógico com as crianças do 1º ao 5º ano. O resultado das ações pedagógicas foi revelado na última estatística do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB) 2013, quando a escola alcançou a média de 5.8, número que superou a meta projetada para 2021, que é de 5.1. "Sem dúvida ficamos felizes com tudo isso, pois mostra o quanto estamos focadas em melhorar a educação pública", pontuou a professora Luciana Ramos.
No IDEB edição 2011, a capital sergipana não só ocupava a última colocação no ranking de capitais, como também não havia atingido a meta, que era de 3.6 para os Anos Iniciais. Com o trabalho de gestão promovido pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), diretamente ligado às ações pedagógicas das unidades de ensino, o índice geral de Aracaju ficou com uma média de 4.1, ultrapassando os 4.0 pontos projetados.
O Centro Educacional Agape é um grande exemplo de como um trabalho de gestão administrativa, aliado ao Projeto Político Pedagógico pode render bons frutos. Mais do que números, a unidade de ensino, que fica localizada no bairro Siqueira Campos, apostou no carinho entre os professores e a aproximação dos pais com as atividades escolares. "Temos um diferencial muito interessante. Estamos sempre dialogando e encontrando melhores maneiras de trabalhar. Realizamos reuniões pedagógicas constantemente e, sempre que há uma dúvida, um professor ajuda o outro", revelou Jussara Quintiliano.
Indo muito além da formalidade da sala de aula, os professores buscam sempre uma nova perspectiva diante dos temas educacionais. "Temos projetos de leitura, por exemplo, que envolvem todos os alunos da escola. Dentro desse segmento também promovemos e incentivamos a produção da escrita. O melhor de tudo isso é que todos os professores acabam se envolvendo com essas ações, possibilitando uma execução mais ampla e progressiva do aluno", destacou Luciana Ramos.
Semed
O avanço conquistado pelo Centro Educacional Agape, assim como outras unidades de ensino da rede municipal, é o reflexo do que a Secretaria Municipal da Educação vem realizando a partir de uma série de ações administrativas. A valorização do professor é uma das preocupações primordiais, pois há a consciência de que ele é parte imprescindível. A começar por um programa de capacitação continuada, em que os professores recebem acompanhamento e podem trocar informações entre si.
Outra medida é o pagamento do piso, em cumprimento à Lei Federal 11.378, de 16 de julho de 2008, o que representa um reajuste de 8,32%. Desde então, nenhum professor da rede municipal com 40 horas semanais tem um salário inferior a R$, 1.697,37. Este reconhecimento do trabalho dos educadores ocorre em duas vias, de modo vertical e horizontal. Isto porque há a valorização da carreira. Assim, o professor tem a oportunidade de crescer tanto pelo tempo de serviço, quanto por sua formação (graduação, pós-graduação, mestrado, doutorado). Não à toa, mais de 60% dos professores da rede municipal têm pós-graduação, e não poucos mestrado e doutorado.
IDEB
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep) em 2007 e representa a iniciativa pioneira de reunir, em um só indicador, dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações.
Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do Inep a possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb - para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil - para os municípios.
