Portal Literário traz a inclusão como tema a favor da acessibilidade

Cultura
17/09/2014 16h55

Na semana em que se comemora o Dia Nacional e Municipal de Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro), a Biblioteca Clodomir Silva, unidade da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), realiza o Portal Literário Inclusivo. A atividade faz parte do projeto Aracaju Acessível, que acontece até dia 21, com práticas cidadãs de acessibilidade e que serviu como tema para o Portal realizado nesta quarta-feira, 17.

O evento recebeu a visita de alunos da Coordenadoria de Apoio Educacional a Pessoas Deficientes (Coepd). Crônicas de autores sergipanos e nacionais fizeram parte da roda de leitura. Para atender as necessidades especiais dos convidados, os textos foram impressos em braile, cópia com letras ampliadas para pessoas com baixa visão, além de duas intérpretes em libras.

"O objetivo principal é atender à demanda deste público e hoje nós temos condição para isso. Fizemos tudo para recebê-los em nossas instalações. Nosso compromisso é manter essa parceria e sempre receber os alunos do Coepd aqui na biblioteca e fazer a roda de leitura inclusiva", comenta Maruze Reis, coordenadora do Portal de Leitura.

A Coordenadoria de Apoio Educacional a Pessoas Deficientes (Coepd) realiza trabalho com pessoas que são deficientes visuais e de baixa visão. São 126 pessoas beneficiadas de todas as idades. "Temos uma equipe que trabalha desenvolvendo atividades de estimulação precoce com bebês, que ensinam pré-braile para crianças de três a seis anos, leitura e escrita em braile. Além disso, temos em nosso espaço aulas de informática, música, arte e educação com trabalhos de modelagem, educação física adaptada e prática da orientação, necessária para que tenham autonomia e mobilidade com segurança" comenta Joana Meireles, Coordenadora do Coepd.

O professor de informática no Coepd, Railton Gomes, que tem 30% da visão foi um dos participantes da roda. Ele, que também ensina crianças que não tem deficiência, fala que no início teve dificuldades com os alunos até entenderem que ele tinha baixa visão. "Com o tempo eles se adaptaram a minha deficiência e as dificuldades deixaram de existir. O trabalho que realizo é a junção de boa vontade com as técnicas de aprendizagem que assimilei nos cursos na área de baixa visão", comenta.   

Também estava presente no Portal a intérprete educacional Cínthia Magno que desenvolve trabalhos com alunos que têm deficiência auditiva e surdez profunda. "Sinto-me realizada em trabalhar com pessoas que tem deficiência auditiva, tenho certeza que, de alguma maneira, proporciono maior aprendizado e qualidade de vida para eles. Cada aluno que tem deficiência auditiva tem o direito de ter um intérprete em sala de aula que faça a comunicação em linguagem de sinais", defende.

A Coordenadoria de Apoio Educacional a Pessoas Deficientes (Coepd) fica localizada na Rua Leonardo Leite (antiga Vila Cristina) nº 194, bairro São José.