Cantora Clemilda deixa um legado para a cultura sergipana

Cultura
26/11/2014 14h52

Um dos maiores ícones femininos do forró nordestino e da cultura sergipana, Clemilda Ferreira da Silva, ou simplesmente Clemilda, deixou a cena musical mais silenciosa nesta quarta-feira, 26 de novembro.  Natural de Alagoas, sergipana por opção e dona de um legado de mais de 50 anos de carreira, Clemilda morreu, aos 78 anos, vítima de problemas de saúde, deixando muita saudade.  

Nascida em São José da Laje, Clemilda passou a infância e a adolescência em Palmeira dos Índios, Zona da Mata de Alagoas. No início dos anos 60 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a trabalhar como garçonete. Em 1965, deu o primeiro passo em direção a sua carreira artística ao cantar pela primeira vez na Rádio Mayrink Veiga.

O rádio proporcionou a Clemilda conhecer vários ícones da época, a exemplo do sanfoneiro e também alagoano, Gerson Filho, com quem se casou. Com o apoio do marido, que popularizou o fole de oito baixos, Clemilda gravou participações em dois LPs, e a partir de 1967 começou a gravar seus próprios discos.

Muito requisitada durante os festejos juninos, Clemilda conquistou seu primeiro Disco de Ouro, em 1985, com o LP "Prenda o Tadeu", um dos maiores sucessos de sua carreira. Com o "Forró Cheiroso", ganhou seu segundo Disco de Ouro, em 1987, no programa Cassino do Chacrinha, da Rede Globo.

A carreira de cantora seguiu com frequentes shows que fazia em Sergipe, para onde resolveu se mudar com o marido e viveu por mais de duas décadas. Em Aracaju ela também se dedicou durante vários anos à apresentação do programa "Forró no Asfalto", na Rádio Aperipê.

Clemilda tinha dois filhos, José Adenildo Ferreira da Silva e o sanfoneiro Roberto Ferreira, mais conhecido como Robertinho dos Oito Baixos.  A forrozeira, que enfrentava complicações de um segundo Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido em maio deste ano, teve seu estado de saúde agravado em decorrência a uma pneumonia.

Por todo este legado artístico e cultural, a Prefeitura Municipal de Aracaju se coloca solidária aos amigos, admiradores e familiares da cantora Clemilda, assim como assume o compromisso de manter viva a memória de seu trabalho e de sua arte, através de ações e projetos que demonstre sua importância para a história da música em Sergipe.