Capacitação em artesanato junino proporciona aprendizado e renda extra

Formação para o Trabalho
28/05/2015 11h40

A chegada do mês de junho movimenta a economia da Região Nordeste em diversos setores. As comidas típicas invadem o cenário gastronômico, a procura pelas vestimentas caipiras cresce e, além disso, a decoração dos ambientes ganha novas cores e temáticas. Neste quesito, atuar no ramo artesanal durante o período junino desponta como uma oportunidade propícia de geração de renda. É pensando nisso que a Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) oferece, gratuitamente, a base para estes profissionais: o conhecimento.

Em maio, a Fundat disponibilizou cinco turmas do curso livre de Artesanato Junino (30h), em diferentes pontos de Aracaju. "É uma possibilidade de ter independência financeira. As empresas contratam pessoas para fazerem a decoração das confraternizações", explica Agda Vieira, instrutora de uma turma no Bairro América. "Eu ensino a fazer espantalhos, cestas, arranjos de mesa, potinhos, enfeites com garrafas de licor. Eles aprendem de tudo um pouco".

Aprendem nas aulas e não param por ali. À noite, ao voltar para casa, Andréia Verçosa não para de exercitar. "Quem passa pela minha porta já vê as coisinhas e pergunta", conta a aluna, que também já fez o curso de Arranjos Natalinos pela Fundat. Somente no boca a boca, ela afirma faturar em torno de R$ 350,00. "Os cursos [de artesanato] normalmente são caros, não tem condições de fazer. Esse compensa, vale a pena", diz Andréia, que está desempregada.

Seja com palhas de coqueiro, tecidos, plástico ou vidro, as peças produzidas caracterizam-se pelo baixo custo da mão de obra. "Procuro utilizar material reciclável", comenta o instrutor Luciano Melo, que comandou a turma do Centro da Juventude, no Conjunto Augusto Franco. "As pessoas já vão pensando em comercializar. A maioria não tem emprego fixo, é um público que necessita desse tipo de trabalho". No próximo dia 12/06, será a vez de Luciano orientar uma turma ofertada na Associação dos Aposentados e Pensionistas, no Bairro Santo Antônio.

Visão empreendedora

As aulas também possibilitam que os alunos discutam sobre vendas, lucros, compra de materiais, entre outras trocas de experiências. Na Unidade de Qualificação Profissional (UQP) Célia Maria Brandão, no Bairro Coroa do Meio, a professora Analuzia Almeida orgulhou-se do que viu. "Elas ficam muito entusiasmadas e ansiosas. Uma delas já pegou 80 encomendas para fazer. Aprender alguma coisa é muito gratificante. Isso não pode acabar", assegura Analuzia.

Aos 59 anos, Maria Izilda mantém uma barraca na feira da Orla de Atalaia. E garante: matriculou-se no curso de Artesanato Junino com um objetivo traçado. "Quero adicionar mercadorias diferentes. Já vim pensando em vender", relata a artesã, que enxergou na capacitação um caminho para o empoderamento. "Estou gostando bastante. Isso é um incentivo para as pessoas de baixa renda terem um meio de poder ajudar em casa".