Sons e Ritmos nordestinos marcaram a última noite do Fórum de Forró

Com a palestra "Sons e Ritmos do Nordeste" foi dado início a última noite de debates, 18, no Fórum de Forró. Ministrada pela presidente da Fundação Cultura Cidade de Aracaju (Funcaju), Aglaé Fontes, e o pesquisador Lucas Campelo, a palestra teve como objetivo retratar de forma aprofundada o tema sons e ritmos nordestinos, que é tão recorrente em nosso cotidiano.

Aglaé Fontes, falou sobre o surgimento dos festejos juninos, evidenciando a junção do sagrado e profano. A presidente da Funcaju esclareceu ainda sobre alguns elementos da cultura popular que fazem parte da musicalidade nordestina. "As músicas, as danças, a religiosidade, o profanemos, foram alguns dos temas que trouxemos para a noite de hoje. O Fórum de Forró é um espaço onde o pesquisador encontra um local para mostrar seus resultados e o público adquirir informações e estímulo para trilhar o mesmo caminho", concluiu.

Lucas Campello, que já participou outras vezes do Fórum de Forró, foi convidado pelos organizadores para falar sobre seu objetivo de pesquisa sobre sua dissertação de mestrado, onde fala sobre o processo de aprendizagem de Dominguinhos, na prática da sanfona.

 "Como o tema de hoje é sobre sons e ritmos do nordeste, fiz um recorte sobre as principais características de aprendizagem dos sanfoneiros. Tentei suprir uma necessidade que as pessoas têm de querer saber como o músico, que não tem formação, consegue aprender a tocar, ou seja, falei um pouco do autodidatismo. Eu fiz essa pesquisa com Dominguinhos, mas hoje falei de uma forma geral em como se constrói esse universo", comenta.

Homenageados

Mas, a última noite do Fórum de Forró não se limitou apenas ao estudo dos ritmos. A programação seguiu com os homenageados, Marcos Guedes e João da Passarada, que proporcionaram aos fãs e admiradores da autêntica música nordestina um dedo de prosa.

Com meio século de carreira, totalmente dedicados ao forró, Marcos Guedes, falou sobre a paixão à cultura popular e sua dedicação ao forró. "Não é fácil fazer música boa, nesses 50 anos de estrada já passei por muita coisa, mas o forró, a paixão pela música nordestina nos move a fazer sempre o melhor" disse.

Marcos Guedes começou a carreira ainda criança, na escola de música da professora Aglaé Fontes, de lá para cá são mais de 40 composições e muitos sucessos que embalam o público por onde passa, a exemplo da música Aracaju. Outro artista, que também deu os primeiros passos na música, ainda pequeno, foi o homenageado João da Passarada, que neste ano completa 30 anos de carreira.

João da Passarada, que aprendeu a tocar sanfona com o pai, não escondeu a emoção durante o bate papo. "Estar aqui é muito gratificante, pois apenas os colegas de profissão sabem o quanto me difícil o reconhecimento do nosso trabalho, principalmente nos dias atuais, onde o mercado nos lança para fora dos holofotes. Essa homenagem não é apenas minha, mas de todos os meus colegas que assim como eu defendem o autêntico forró e lutam para manter viva a nossa tradição" falou emocionado.

Após o bate papo a última noite do XIV Fórum de Forró, foi encerrada pelos artistas homenageados, que fizeram o que sabem de melhor: tocaram o autêntico forró. Entre sucessos de músicas autorais e dos mestres Dominguinhos, Luiz Gonzaga e Clemilda, os forrozeiros colocaram o público para dançar, que sem receio se entregou as composições e ao ritmo mais famoso do planeta.