Participação da mulher no poder é destaque em abertura de Conferência

Assistência Social e Cidadania
30/07/2015 19h34

Ampliar a participação da mulher no poder e elaborar políticas públicas voltadas à igualdade de gênero. Esse é o objetivo da IV Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres de Aracaju que foi aberta nesta quinta, 30, e segue com programação até amanhã à tarde, no auditório da Escola Municipal Presidente Vargas, localizada no bairro Siqueira Campos.

Com o apoio da Secretaria Municipal da Família e da Assistência Social (Semfas), o evento reuniu nomes de âmbito nacional que participam da luta em favor da participação da mulher nas esferas de poder, representantes de associações de apoio a mulheres, conselhos de categorias, entidades sindicais, instituições de ensino superior, movimentos de mulheres LGBT, institutos de estudos e pesquisas e movimentos de mulheres de Aracaju.

“Essa é a primeira Conferência Municipal da Mulher em 2015 no Brasil. Aracaju sempre sai à frente. E é importante falar sobre a ampliação do poder para as mulheres porque percebemos que quanto mais avançamos, mais temos ainda a avançar. As mulheres estão, hoje, entrando cada vez mais em espaços diferenciados de trabalho. Categorias que tinham predominantemente homens, passam a ter mulheres, inclusive em cargos de direção. Mas precisamos avançar mais”, destacou a Doutora em Ciências Sociais, Tatau Godinho, atual Secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres da Presidência da República.

Poder

A Conferência contou com a presença de representantes dos três poderes, como a senadora Maria do Carmo Alves; a Secretária Municipal da Família e da Assistência Social de Aracaju, Selma Mesquita; e a diretora técnica do Tribunal de Contas de Sergipe, Patrícia Verônica Carvalho, além de representantes do Ministério Público de Sergipe e do Conselho Estadual de Direitos da Mulher.

A presidente do CMDM, Adélia Pessoa, enfatizou que a conferência é um espaço de interlocução onde a sociedade civil e representantes dos poderes podem buscar a equidade de gênero. “Essa conferência é de fundamental importância porque temos aqui, juntos, a sociedade civil, representantes das secretarias e dos poderes legislativo e judiciário, universitários, movimentos sociais e associações querendo se debruçar para discutirem as questões relacionadas às políticas públicas para as mulheres em Aracaju”, disse.

A senadora Maria do Carmo aproveitou a ocasião para destacar duas boas notícias sobre a participação das mulheres no poder: a aprovação da proposta para cotas de gênero que amplia a participação feminina no parlamento e o lançamento da campanha ‘Mais mulheres na política’ que ocorrerá em agosto na capital sergipana.

“Aproveito para trazer duas boas notícias. Antes do recesso parlamentar houve a aprovação para cotas de gênero que amplia em 10% o número de vagas para mulheres no parlamento. Pode parecer um percentual tímido quando pensamos que as mulheres são maioria do eleitorado. Mas isso é considerado uma conquista inédita. A segunda boa notícia é que estarei lançando no dia 17 de agosto a campanha ‘Mais mulheres na política’ em Aracaju”, ressaltou a senadora Maria do Carmo.

A filosofia feminista também foi tema de palestra proferida, na oportunidade, pela doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e escritora, Márcia Tiburi. Segunda a escritora, as brasileiras estão escandalizadas com os atuais percentuais de mulheres no poder e precisam transformar o estarrecimento em força para modificar esse cenário.

“Todas nós nos escandalizamos com o atual cenário, mas é preciso força para transformá-lo. Nós pagamos o preço de ser mulher a cada instante. A mulher pode ser até presidente da república, mas ali em algum momento será colocado para ela sua condição de mulher. Não é possível que essa ideologia continue entre nós. É preciso desconstruir estereótipos de gênero”, afirmou Tiburi.

Eixos

A programação segue até amanhã, 31, onde facilitadores e delegados discutirão três eixos: Contribuição dos conselhos dos direitos da mulher e dos movimentos feministas e de mulheres para a efetivação da igualdade de direitos e oportunidades para as mulheres em sua diversidade e especificidades; Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres no âmbito municipal, estadual e federal; Estruturas institucionais e políticas públicas desenvolvidas para as mulheres no âmbito municipal, estadual e federal.