Folclore nas escolas é tema de oficina no Centro Cultural

Cultura
31/07/2015 16h58

Um dos maiores desafios do ensino é a inclusão do folclore no calendário escolar. Mas, há outros caminhos que podem promover a inserção de um assunto tão importante e enriquecedor, ainda mais com uma cultura tão rica e diversificada como a brasileira. Essa temática foi abordada em palestra no VII Seminário Nacional de Ações Integradas em Folclore, por Izabel Signoreli, presidente da Comissão Goiana de Folclore.

Para a educadora, o folclore é tão importante para o aluno quanto o português e a matemática. “Essa matéria deveria ser inserida no ensino fundamental, pois a criança tem que conhecer as suas origens”, diz. Ela conta a trajetória de luta para realizar o Concurso Literário Waldomiro Bariani Ortêncio, que vem premiando estudantes do ensino estadual no intuito de buscar outras vias de inclusão do folclore na escola.

O professor Edvaldo Oliveira fala que a cultura popular é uma questão de identidade, de pertencer ao lugar e por isso é imprescindível estar presente nas escolas. “O jovem tem que frenquentar ou ter no mínimo a ideia de três modalidades comportamentais: estar matriculado em uma instituição de ensino formal, frequentar uma modalidade de arte e ter uma religião, algo em que acreditar. No meu entendimento a questão da cultura passa por essa tríade de extrema importância”, afirma.

Nesse sentido, os educadores têm um papel fundamental, pois são formadores de opinião. Segundo o pedagogo Luciano Carvalho, mesmo quando o aluno e sua família não têm consciência de sua riqueza cultural é papel do educador fazê-lo. "A cultura é uma coisa que temos que estar sempre trazendo para a sala de aula, pois às vezes não se conhece a própria história. Se você não tem esse conhecimento, não tem como se desenvolver, valorizar e preservar", fala.

Claudiana Torquato, professora do município, explica que tenta resgatar esses valores em sala mostrando os elementos culturais do cotidiano, o que eles têm em casa. "Eu procuro ver no dia-a-dia como eu posso ir trabalhando isso, valorizando e resignificando essas vivências individuais para que não percam essa herança cultural, pois muitas vezes eles nem sabem que aquilo que vivenciam é cultura", desabafa.

A professora, que mora em Itaporanga D’ajuda conta que não tem muito tempo para estar se atualizando na área e o Seminário tem ajudado bastante. "Participar desse evento tem sido maravilhoso, pois faz com que a gente vá vendo um pouco além, elementos que a gente não conhecia. Além disso, estamos conhecendo outras realidades, aprendendo iniciativas positivas para tentar transformar a nossa", conclui.