USF Joaldo Barbosa promove ação educativa sobre violência contra mulher

Saúde
29/04/2016 14h39

A violência contra a mulher é um grave problema da sociedade. Mais do que o corpo, a violência atinge a alma, destrói sonhos, a dignidade e a autoestima das mulheres. Com o objetivo de promover o debate para conscientizar a população sobre esse tema, além de incentivar a denúncia dos casos, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), promoveu na tarde desta quinta-feira, 28, uma ação educativa sobre os vários tipos de violência contra mulher. O evento promovido na Unidade de Saúde Joaldo Barbosa, no bairro América, contou ainda com a parceria e apoio do Coletivo de Mulheres de Aracaju.

A ação realizada pela equipe 101 do Programa de Saúde da Família (PSF) foi destinada às usuárias do SUS, além das profissionais da própria Unidade.  De acordo com a agente comunitária de saúde, Josineide Dantas, a principal preocupação da equipe é esclarecer para as mulheres atendidas que violência não é só a física. "Durante o serviço de acolhimento, geralmente, observamos que nossas pacientes sofrem violência doméstica, mas não é essa violência de um tapa ou um empurrão, mas, sim, algo mais emocional e psicológico. Provocada às vezes por um filho, um neto, o marido, ou mesmo um outro profissional de saúde, como, por exemplo, no parto, que pode acontecer a violência obstétrica", explicou Josineide.

Para a enfermeira do PSF, Sylvana Frota, o grande ganho dessas ações é poder mostrar para as mulheres da comunidade a importância do empoderamento feminino na sociedade, além de estreitar a relação entre usuárias e Unidade de Saúde. "A nossa intenção é fazer com que elas se percebam, valorizem-se, entendam que certas situações que elas vivenciam diariamente são violências e afetam diretamente a maneira como elas se veem. Fazendo isso, elas vão se tornar empoderadas e certamente poderão se posicionar melhor na sociedade", destacou.

Participando pela primeira vez do evento, o Coletivo de Mulheres de Aracaju, além de mediar a conversa sobre representatividade feminina nos espaços públicos e, principalmente, sobre empoderamento feminino, mostrou a necessidade do debate referente às diversas formas que as mulheres são violentadas diariamente, em especial as  transsexuais e negras, apresentando a imposição social que as coloca em situação de inferioridade nas estruturas sociais.  

Segundo a representante do Coletivo, Jéssica Dias, participar do evento é atuar em uma via de mão dupla, conversando com as mulheres da comunidade, fazendo uma militância que se dá a partir do ouvir. "Estarmos em espaços como esse de hoje, faz-nos compreender o quanto o nosso feminismo interseccional tem que se expandir para muitas áreas, porque entendemos que os nossos incômodos enquanto mulher são também o de muitas outras mulheres em situações diferentes e cada uma com sua especificidade. Diante disso, a nossa ideia de estar aqui é poder fazer um recorte de gênero, classe e raça mostrando que, quando as mulheres se organizam, o resultado é sempre positivo", esclareceu.

Foram distribuídos kits preventivos com preservativos femininos, masculinos e folders sobre saúde da mulher, DSTs e Aids. Além de esclarecimentos sobre cuidados básicos de saúde da mulher e feita uma roda de conversa com relatos de violência sofrida nas salas de cirurgias, consultas médicas, acompanhamento obstetrício e nos partos.