Mostra de cinema emociona espectadores

Cultura
20/05/2016 11h27

Assistir a um filme e ter a sensação de estar vivendo a cena, torcer pelo personagem para que ultrapasse as barreiras, que encontre o seu ideal. Estas e outras emoções estão sendo despertadas nos espectadores da 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo, que está acontecendo no Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV), instalado no Centro Cultural de Aracaju, na Praça General Valadão. As unidades integram a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). A proposta da mostra é levar os espectadores à reflexão diante de preconceitos descabidos, injustiças e atrocidades acometidas contra seres humanos que se encontram em condições de fragilidade social.

A sessão de cinema da tarde de ontem, 19, foi além das expectativas. O público teve a oportunidade de assistir a dois filmes. "O muro é o meio", uma produção sergipana e "Porque temos Esperança", produção do Estado de Pernambuco. A mostra reúne filmes produzidos em todo o país e Sergipe não fugiu à regra, inserindo-se na seleção. As exibições estão acontecendo em nível nacional e é uma realização da Secretaria Especial Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos.

O Muro é o Meio

O curta sergipano é um documentário de 15 minutos que retrata as pichações na Universidade Federal de Sergipe (UFS), mostradas como sinal de protesto diante da falta de segurança, material didático e, sobretudo, da péssima qualidade de ensino, encabeçada, principalmente, pelos alunos de Comunicação Social. O filme mostra a ocupação da reitoria, registrando também o assassinato de uma funcionária do refeitório.

Porque temos Esperança

A produção pernambucana é um longa com uma hora de exibição. Narra a história da personagem Marli Márcia da Silva, uma mulher que não teve a sua paternidade reconhecida, acontecendo o mesmo com o seu filho.

O filme leva os espectadores a conhecer histórias marcantes de detentos que têm filhos e não reconheceram a paternidade. Marli, após sofrer vários preconceitos por ser mãe solteira, encara uma luta fundando uma associação. A sua vida se volta para ajudar famílias. O seu dia a dia é manter contato com presidiários, inclusive mulheres que, por estarem presas, não têm como ir em busca da paternidade se seus filhos.

Um dos momentos cruciais do filme denota a história de um detento que comete um crime diante de algumas necessidades para sobrevivência e, sobretudo, a ausência do pai que também não o registrou. A história real do detento marca o encontro dele com o seu filho, sendo levado por Marli ao cartório, mesmo algemado. O encontro dele com o filho e o padrasto, que simultaneamente o reconhece como filho, é uma cena marcante.

Quem teve a oportunidade de assistir ao filme saiu do cinema emocionado. "Nossa, é um documentário brasileiro muito bom. Realmente me fez parar para pensar num assunto que não tinha ideia no quanto representa em termos de sofrimento para muitas pessoas", comentou a aposentada Jacira Nascimento dos Santos.

Neste sábado, a sessão será exibida às 10h. Os filmes são "Do meu lado", de Tarcisio Puiati e  "500 - Os bebés Roubados pela Ditatura Argentina", de Alexandre Valenti. Resta conferir. A entrada é franca.