Mesa redonda e encontro de tambores marcam encerramento de Simpósio de Carnaval

Cultura
24/02/2017 17h25

O primeiro Simpósio de Carnaval realizado pela Prefeitura de Aracaju (PMA), através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), chegou ao fim. O evento aconteceu no Centro Cultural (antiga Alfândega) entre os dias 20 e 23 e deixou um gostinho de quero mais. Ontem, último dia de programação do evento, foi marcado por uma mesa redonda, em que os debatedores discutiram o futuro do Carnaval de Aracaju e os desafios daqueles que se dedicam exclusivamente à organização de eventos carnavalescos. 

“O Rasgadinho é uma das festas mais tradicionais de todo o estado. Recebemos visitantes do Brasil inteiro que procuram a capital sergipana para curtir o feriado de carnaval. Hoje é uma festa respeitada e que já tem o seu próprio público, quebrando o paradigma de que só vão ao rasgadinho aqueles que não têm outras opções”, explica uma dos coordenadores do evento, Mercia Barreto.
 
Noites sem dormir, dias cheios de tarefas, equipes para coordenar. É assim a vida de quem faz Carnaval. Um trabalho árduo, mas que tem como recompensa a satisfação em ver a alegria de tanta gente curtindo a festa. É assim que o líder da Liga Oficial Sergipana de Blocos e Escolas de Samba, Gibaldo Souza Santos, define a vida de um carnavalesco. “Apesar do trabalho, fazemos por paixão. O carnaval é a festa mais popular do Brasil e a maior paixão do povo que aqui vive. Não tem coisa mais gratificante que idealizar um evento que só traz alegria”, diz Gibaldo.

Encontro de Tambores
 
Para finalizar o evento, foi realizado o primeiro encontro de tambores. Concentrados na Praça General Valadão, os grupos Axé Kizomba, Burundanga, Sucala Sonora, Quilombo e Lateiros Curupiras atraíram muitos curiosos e também amantes dos batuques que é o caso do arquiteto, Márcio Kleber, turista de Brasília que está a passeio em Aracaju. “Fui atraído pelos batuques dos tambores. Sou encantado pela diversidade cultural do povo sergipano. Fiquei mais encantado ainda em saber que a cultura afro tem vez nesta cidade multicultural”, disse. 

Para o coordenador de arte e cultura da Funcaju e idealizador do evento, Nino Karvan, o encerramento com o encontro dos tambores foi uma forma encontrada para enaltecer a cultura afro-brasileira que tanto contribuiu para a construção do nosso carnaval.“A história da percussão em Sergipe é muito forte, e tem ficado fora das ações do poder público. A gente pensa que isso tem que ser revertido em uma gestão democrática, popular como essa, e daí a importância de chamá-los para o debate também. Queremos que isso se torne uma tradição através dessa realização no marco zero da cidade”, explicou Nino. 
 
Segundo o presidente da Fundação, Silvio Santos, a realização deste evento foi bastante proveitosa até mesmo para idealização de eventos carnavalescos futuros. “Escutamos durante esses dias pessoas que têm legitimidade para falar sobre carnaval. Mostramos para as pessoas as formas como Aracaju se prepara e como comemora essa data que é tão esperada. Sou grato a cada um que teve participação na construção deste grande projeto”, agradece.