"Agora estou com a esperança renovada. Graças a Jesus que os médicos e a Prefeitura de Aracaju chegaram a um acordo. Assim que soube disso vim logo à unidade de saúde e agendei minha consulta", empolgou-se Margarida Firmino, que foi atendida nesta terça-feira, 25, na Unidade de Saúde da Família (USF) Cândida Alves, no bairro Santo Antônio.
O depoimento de Margarida define a sensação de alívio dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) da capital com a retomada das atividades dos médicos em todas as 44 Unidades de Saúde da Família da capital. Após 94 dias, a Prefeitura conseguiu um acordo consensual para encerrar a greve dos médicos, que atenderam normalmente nesta terça-feira.
Para o médico Emanuel Messias, o retorno das atividades é positivo para a população. "Espero que a partir de agora aconteça tudo de bom para a saúde dos aracajuanos", diz o profissional que atendeu pela primeira vez na USF Cândida Alves.
A gerente da USF Cândida Alves, Klyvia Sousa, informou que os seis médicos da unidade estavam atendendo normalmente. "No início da manhã, a demanda de pacientes foi muito intensa, tanto por causa do retorno dos médicos como por causa da vacina contra a gripe. Mas logo depois o fluxo ficou dentro da normalidade", disse Klyvia. Compactuou da mesma opinião Ítala Tassiana Primo, gerente da USF José Machado de Souza, do bairro Santos Dumont. "Hoje retomamos a nossa rotina. Durante a greve atendemos com cinco médicos RPA's (Recibo de Pagamento Autônomo) e um pediatra, mas agora as equipes estão completas", completou ítala.
"Ninguém estava suportando esta greve, nós não temos condições de pagar consulta particular. Quando era necessário, nós íamos buscar atendimento médico no Nestor Piva. Graças a Deus que o prefeito Edvaldo Nogueira buscou uma alternativa para acabar com isso", disse a dona de casa Genilda Sales dos Santos, que foi atendida pela médica de uma das seis equipes de Saúde da Família da USF José Machado de Souza.
Reconstrução
De acordo com o coordenador da Rede de Atenção Primária (Reap) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Carlos Pilz, na ausência do pleno funcionamento da rede de atenção primária houve sobrecarga na atenção especializada. "Os médicos da Rede de Atenção Especializada não conhecem os pacientes como os das equipes de saúde família que fazem o acompanhamento e por isso solicitaram mais exames. Então isso causa um outro problema que teremos que resolver, mas é necessário tempo para solucionar as coisas. Com o retorno dos médicos da atenção básica precisamos reconstruir várias ações no sistema de saúde de Aracaju, para que a atenção primária tenha um protagonismo importante nisso", explicou Carlos Pilz.
Segundo ele, na atenção básica são resolvidos cerca de 80% dos problemas de saúde da maior parte dos usuários do SUS. "Atendimentos odontológicos, pacientes crônicos de hipertensão e diabetes, e gestantes, por exemplo, são tratados na atenção primária. Devemos trazer os serviços cada vez mais para perto das casas das pessoas para que tenham uma qualidade de vida melhor, por isso a Saúde é regionalizada", enfatizou o coordenador Carlos Pilz, informando que a capital é dividida em oito Regiões de Saúde e estas regiões têm o apoio dos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf).
Eixos
Carlos Pilz informou, ainda, que a SMS vem trabalhando para colocar em prática os eixos principais da Rede de Atenção Primária que são: Investimento na qualificação do cuidado, com treinamentos para os profissionais e implantação de protocolos para fortalecer as linhas de cuidado; Ações de qualificação de infraestrutura com insumos e equipamentos; Qualificação da gestão; Fortalecimento do controle social e; Informatização e implantação do prontuário eletrônico. "Este último, um compromisso de campanha do prefeito Edvaldo Nogueira. Enfim, começando com estes eixos vamos oferecer uma saúde de qualidade ao povo aracajuano. Nosso trabalho está apenas começando e precisamos sempre do apoio da população", enfatizou o coordenador.
