Saúde promove dia de lazer no parque para crianças que vivem com HIV/Aids

Saúde
19/05/2017 12h37

Promover a qualidade de vida das crianças que vivem com HIV/Aids e integrá-las cada vez mais à sociedade. Com esses objetivos a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através do Programa Municipal de IST/Aids e Hepatites Virais, realiza nesta sexta-feira, 19, o evento “Um Dia no Parque”, em alusão ao Dia da Criança Soropositiva, comemorado dia 7 de maio.  A ação, no Parque da Sementeira, contou com a parceria da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Serviço Social da Indústria (SESI) e estudantes do Colégio Master, que doaram alimentos e itens de higiene pessoal para as crianças.

Diversas atividades educativas e recreativas estão sendo desenvolvidas com as crianças e suas mães, como: danças com a Tia Paty, peças teatrais, e brincadeiras no pula-pula e piscina de bolinhas.  O Núcleo de Projetos Inovadores (Nuprin) também participou da festa com o projeto Cantação de Histórias. “ Esse é um projeto que a gente começou a desenvolver com a finalidade de atingir o público infantil com uma linguagem de fácil entendimento. Através de histórias cantadas a gente consegue promover o cuidado com a saúde”, explicou Jane Curbane, referência técnica para política de humanização do Nuprin.

De acordo com Marília Uchoa, referência técnica do Programa Municipal IST/Aids,  a ideia é que através desse dia de lazer essas crianças tenham a cidadania resgatada. “A gente sabe que ainda há muito preconceito em torno da doença e as crianças são as que mais sofrem com esse tipo de comportamento da sociedade. Então trouxemos esses meninos e meninas aqui hoje para que eles sejam respeitados como pessoas, para que não se sintam excluídos e para acabar com esse preconceito”.

Mãe do pequeno C.L, de 4 anos, a dona de casa J.S.C fez questão de levar o filho para participar das atividades.  Para ela, essa é uma maneira dele esquecer um pouco dos problemas provocados pela doença.  “Meu filho esteve bastante doente nessas  últimas duas semanas e é muito importante pra ele estar aqui hoje interagindo com as outras crianças, já que em casa ele não tem ninguém da idade dele para brincar e distrair a mente”.

Aos 52 anos, dona S.M.O, era uma das mais animadas. Dançou, brincou e curtiu todos os momentos ao lado do neto de 5 anos. “ É importante que meu neto aprenda a lidar com o HIV desde cedo, inclusive com o preconceito que a doença traz.  Eu faço questão de participar de todos os  eventos para que ele compreenda que vai enfrentar muitos desafios, mas que não precisa se isolar, pode perfeitamente conviver em sociedade”.  

Movimento Nacional

O Movimento Nacional de Cidadãs Positivas (MNCP) também marcou presença no evento "Um Dia no Parque". Para a coordenadora Fátima Souza, esse é também um momento para alertar as mães e responsáveis para o tratamento correto das crianças. "Infelizmente a gente ainda se depara com mãe que não se aceitou e que por isso também não aceita a doença no filho. Temos feito um trabalho constante de orientação para que essas mães não deixem as crianças  sem  tratamento, sem acompanhamento médico e sem os remédio necessários", disse Fátima.

Assistência

Em Aracaju, as crianças que vivem com HIV/Aids são assistidas pelo Serviço de Atendimento Especializado (SAE), que fica no Centro de Especialidades Médicas, no bairro Siqueira Campos. Atualmente. De acordo com os dados de 2016, são 49 crianças com HIV/Aids e 151  expostas, ou seja,  crianças de até 18 meses que tiveram contato com o vírus no parto.

Transmissão

As crianças podem contrair o HIV pela transmissão da mãe para filho (transmissão vertical), recepção de sangue infectado ou por abuso sexual. A principal forma de transmissão é a vertical que pode ocorrer durante a gestação, durante o parto ou após o nascimento, por leite materno. Atualmente as gestantes soropositivas são detectadas mais precocemente e, consequentemente, houve a diminuição da transmissão vertical do HIV, contribuindo para a redução de novos casos de HIV/AIDS em crianças. Quando todas as medidas preventivas são adotadas, a chance de transmissão vertical cai para menos de 1%. O Ministério da Saúde recomenda o uso de medicamentos antirretrovirais durante o período de gravidez e no trabalho de parto, além de realização de parto cesáreo para as gestantes com carga viral elevada ou desconhecida. Para o recém-nascido, a determinação é de substituição do aleitamento materno por fórmula infantil (leite em pó) e uso de antirretrovirais.