“Ocupe a Praça” em homenagem ao mês da mulher negra tem público recorde

Cultura
05/07/2017 23h12

A previsão do tempo era de chuva e frio, mas o público não desanimou e compareceu à Praça General Valadão para mais uma edição do “Ocupe a Praça”, realizado pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) na noite desta quarta-feira, 5. O público foi recorde na Sala de Exibição Valmir Almeida, no Centro Cultural de Aracaju, acompanhando a mostra de cinema. O tema desta edição foi em homenagem ao mês da Mulher Negra, já que julho é conhecido como “Julho das Pretas”.
 

 “Estamos em uma crescente desde que começamos o projeto “Ocupe a Praça”. O público sempre vem aumentando e hoje tivemos este grande número de pessoas como vocês puderam ver. Temos que insistir no projeto, um lugar que era desacreditado no centro de Aracaju e estamos dando mais uma opção de lazer e cultura para a população aracajuana”, afirmou Carolina Westrup, diretora do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira. 
 

Prestigiando o evento, o presidente da Funcaju, Silvio Santos, elogiou o “Ocupe a Praça” e destacou a oportunidade de unir os vários segmentos que realizam arte e cultura em Aracaju. "Fazer com que o Centro Cultural absorvesse uma nova agenda e fosse ocupado pelas pessoas que fazem arte era um dos nossos propósitos e mais do que isso, fosse ocupado também pelo público em geral amante das artes. Nesse primeiro momento, o esforço tem sido no sentido de consolidar uma agenda para essa prospecção de público e o “Ocupe a Praça” tem se destacado fazendo com que vários segmentos que fazem a cultura utilizem esse espaço para mostrar a sua arte. Este evento, muito bem coordenado pela Carol, tem cumprido esse objetivo”, avaliou Silvio Santos. 
 

A programação desta quarta-feira, 5 de julho, iniciou com a Mostra de Cinema “A Preta tá de volta”, que exibiu curtas inéditos, filmados em Cuba, da cineasta Everlane Moraes, que estuda na Escola Internacional de Cinema de Cuba e se considera uma “baiana-sergipana”.  "Tem dois anos que estou me especializando em Cuba e é muito importante poder voltar em Aracaju e exibir o meu trabalho, já que foi aqui que iniciei minha carreira fazendo os cursos no Núcleo de Produção Orlando Vieira. Fui convidada participar deste evento, que é uma integração entre várias áreas, com uma mostra de cinema e o meu trabalho encaixou bem com essa homenagem ao “Julho das Pretas”. Está sendo muito importante poder mostrar os meus curtas para todo este público”, comemorou a cineasta.  
 

Após a mostra, a Sociedade Omolàiyé, que é uma sociedade de estudos étnicos, políticos, social e cultural de combate ao racismo, lançou a campanha “Meu torço, minha identidade”, que faz parte do Projeto Olopê Griots, com uma performance artística. 
 

“Dentro do nosso projeto de comunicação vamos desenvolver oficinas de formação para comunidades de terreiro e para o público em geral, além de lançar campanhas publicitárias que tenham relação com a comunidade negra e de terreiro. Estamos trabalhando os aspectos do racismo, como o racismo institucional e o racismo religioso utilizando o elemento simbólico que é o torso”, explicou Sônia Oliveira, representante da Sociedade Omolàiyé.
 
E para encerrar a noite na praça nada melhor do que aproveitar os food trucks ao som de uma boa música e o público foi embalado pela cantora aracajuana Lari Lima, de apenas 16 anos, que faz parte do Coletivo Entrebecos. Foi a segunda vez que ela se apresentou no “Ocupe a Praça”.  "É maravilhoso demais participar deste evento. Acho que isso incentiva os jovens a participar da cultura cada vez mais. O “Ocupe a Praça” está fazendo crescer uma nova forma de cultura e entretenimento com debates sociais e isso é de extrema importância, principalmente para o público jovem. É uma honra pode estar aqui novamente e sempre que puder com certeza estarei participando”, garantiu a jovem cantora.
 
O “Ocupe a Praça” no Centro Cultural de Aracaju e na Praça General Valadão acontece sempre na primeira e na última quarta-feira de cada mês. A próxima edição será no 26 de julho.