Projeto desenvolve habilidades e convívio em sociedade com alunos municipais

Agência Aracaju de Notícias
20/07/2017 08h40

O que a história de uma galinha e uma porca poderia contribuir para a saúde? Ou, o que uma simples brincadeira poderia prevenir? É justamente com o lúdico que a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), trabalha com o projeto Nasfita, cujo foco é cuidar da saúde de crianças através da prevenção.

Na atividade, a fonoaudióloga Arlene Damasceno encena o personagem de uma galinha que vive um conflito com uma porquinha representada pela fisioterapeuta Nadilene Carvalho. A situação narrada pela psicóloga Denise de Souza faz alusão ao convívio em sociedade e, assim, enquanto as crianças acreditam que estão diante de apenas mais um conto, a psicologia está sendo aplicada pensando no futuro.

Esse é apenas um dos vieses da atividade realizada pelo grupo, formado por nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudióloga e psicóloga, em três escolas municipais de Aracaju, numa parceria entre as secretarias da Saúde e da Educação. "Todo o trabalho é pensado de acordo com quatro áreas da saúde. Nessas atividades que realizamos nas escolas, o Nasfita tem a atenção voltada para crianças que estão saindo do ensino Infantil e indo para o Fundamental, momento em que há uma transição e que o foco passa a ser desenvolver outras questões, como o interesse pela leitura, por exemplo. Então, entramos até para fazer um processo terapêutico", explicou a fonoaudióloga.

Atualmente, o Nasfita atente as escolas Lar de Zizi, Bebé Tiúba e Francisco Guimarães Rollemberg. Nestas unidades, a integração das áreas faz toda a diferença no resultado que o projeto pretende atingir. "A fonoaudiologia vem, por exemplo, para trabalhar todo o processo de linguagem, sonorização, retenção de memória e o interesse pela leitura. Já quando se trata da psicologia, todas as histórias têm um aporte para o desenvolvimento adequado para a idade e a gente trabalha a criatividade, a cooperação em sociedade. Já a fisioterapia, atua com a psicomotricidade, e tudo isso está ligado com uma boa alimentação e uma melhor compreensão do que ingerimos, onde entra a nutrição", destacou a psicóloga Denise de Souza.

Prevenção

De acordo com Arlene Damasceno, a grande dificuldade é fazer com que as pessoas entendam a necessidade da prevenção. "O nosso trabalho não é curativo. Não vamos até as escolas para tratar uma criança que tem uma troca articulatória, vamos para estimular essa linguagem para que ela não venha a ter essa troca articulatória. Tudo é muito pensado e as pessoas precisam entender a necessidade de cuidar do problema antes que ele chegue", frisou a fonoaudióloga.

Para a coordenadora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bebé Tiúba, Milvia Costa, a parceria tem surtido efeito. "É muito interessante quando a equipe do Nasfita vai embora. As crianças imitam aquilo que foi desenvolvido em sala de aula e isso só agrega ao trabalho que fazemos na escola. É uma troca muito positiva e, como lidamos com educação, ter uma equipe da saúde para passar outra perspectiva do desenvolvimento infantil através da prevenção é, de fato, muito enriquecedor", frisou Milvia.

Aprendendo na prática

Seja ouvindo uma história ou até mesmo numa brincadeira de roda, os alunos têm absorvido o intuito da atividade e, assim, têm aprimorado também habilidades e sensações que futuramente poderão funcionar como um escudo para problemas de saúde, além de auxiliar na interação em sociedade.

O pequeno Diego, de 6 anos, disse que adorou o bolo cheio de nutrientes que ganhou ao final da atividade, mas não vai esquecer a historinha que ouviu. "Gostei porque a porquinha fez coisa errada, mas pediu desculpa e ganhou bolo da galinha", contou o pequeno.

Ana Cecília, de 5 anos, uma das mais curiosas e ativas da sua turma, não escondeu a chateação com a porquinha, mas entendeu que ela aprendeu a lição. "No início eu achava que ela não deveria ganhar o bolo, mas, depois a galinha falou que a porquinha merecia porque pediu desculpa e disse que não faria mais coisa errada", considerou.