Assistência Social proporciona infância mais saudável através de Segurança Alimentar e Nutricional

Assistência Social e Cidadania
20/10/2017 10h32

No mês em que se comemora o Dia das Crianças e o Dia Mundial da Alimentação, 12 e 16, respectivamente, a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju reafirma seu compromisso em promover ações que promovam a qualidade de vida de seus usuários, especialmente as crianças, através da oferta de alimentos mais saudáveis em seus equipamentos. Desde os primeiros anos de vida, a alimentação faz toda a diferença para a saúde e o bom desenvolvimento humano. Pensando nisso, a Assistência Social de Aracaju, por meio da sua Diretoria de Segurança Alimentar e Nutricional, vem desenvolvendo um trabalho de  readequação dos cardápios oferecidos à população atendida dentro dos seus equipamentos. 

A mudança veio a partir da revisão de contratos da antiga gestão, onde se constatou que toda a comida oferecida aos usuários da Assistência era consumida através de quentinhas. “Não havia o menor cuidado em diferenciar as refeições conforme o público, além de serem de má qualidade, com muita fritura, pouca variedade de nutrientes e muitos enlatados ou embutidos, a exemplo de salsicha e linguiça para o almoço e jantar. Já entre as refeições, o que mais se via eram os industrializados, como biscoitos recheados”, explicou a diretora de Segurança Alimentar e Nutricional da Assistência, Rosane Cunha.

De acordo com a diretora, houve cuidado para que fosse reavaliado todo o panorama. “Encerramos o convênio com o fornecedor e entendemos a necessidade da contratação de profissionais que estudassem, desenhassem um novo cenário e fizessem a comida nos próprios centros de referência, abrigos e casas lares. Iniciamos o processo de hortas, principalmente verticais, e começamos a adquirir alimentos frescos como frutas, legumes e verduras. Essa mudança de hábito já faz muita diferença, pois estamos não apenas falando de alimentação, estamos falando de qualidade de vida.”

Orientação profissional

A preocupação com o bem-estar relacionado à saúde do corpo e da mente, além da diminuição das diferenças sociais refletida na mesa das famílias recebidas nos centros de referência, foi um dos principais incentivadores da revisão dos cardápios. Por meio da contratação de uma profissional de nutrição, a Assistência iniciou a transição alimentar. Atitude que a nutricionista Tatiana Canuto considera ter todo o potencial para ser replicada pelos usuários em suas próprias casas. 

“Não é só implantar o cardápio e dizer que agora essas pessoas vão comer algo melhor. A gente também faz um trabalho de educação, com oficinas explicativas sobre a importância das verduras, frutas e legumes. Isso as motiva para que elas comam o que está sendo oferecido, sem rejeição. Nas primeiras visitas aos Centros de Referência, eu sempre ouvia relatos até de oferta de salgadinhos na hora do lanche. Mudamos isso para frutas, salada de frutas, mingau de aveia e alguns elementos de resgate de memória afetiva e cultural, em datas específicas, sempre chamando para uma alimentação mais in natura”, ressaltou a nutricionista.  

Hortas nos equipamentos

Com o objetivo de proporcionar o envolvimento com o meio de maneira pedagógica, otimizar os ambientes e mostrar as vantagens de uma alimentação orgânica, estão sendo implantadas, sistematicamente, hortas nas unidades de Baixa, Média e Alta Complexidade. Ação que chegou a tornar auto suficiente o consumo de hortaliças na Casa Lar Nalde, por exemplo. Segundo o engenheiro agrônomo Ivan Siqueira Barreto, experiência que vem dando certo.  “Em alguns lugares encontramos a possibilidade de um cultivo com maior vigor de temperos, legumes e até frutas, onde fazemos saladas e sucos para a maioria das refeições. E em outros ambientes a gente consegue produzir apenas para o consumo pontual. Mas, ainda assim, estamos criando uma cultura diferente, que prioriza os alimentos orgânicos”, destacou.

Com um pensamento audacioso a longo prazo, o engenheiro agrônomo expôs que o desejo da Assistência é desenvolver, no decorrer da administração, hortas urbanas em localidades mais vulneráveis, como o complexo Santa Maria.