Saúde debate fim da violência contra as mulheres com servidores

Saúde
06/12/2017 17h32

Homens pelo fim da violência contra as mulheres. Este foi o principal tema da roda de conversa realizada pelos Programas Saúde da Mulher e Saúde do Homem com o apoio do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva) com cerca de 40 servidores da Secretária Municipal da Saúde (SMS). O encontro aconteceu no auditório da SMS, na manhã desta quarta-feira, 6, e fez parte da campanha pelos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher .

A Lei nº 11.489/2007, instituiu o 6 de Dezembro como “Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres” e compõe a Campanha do Laço Branco. Na recepção da SMS, ficaram disponibilizados laços brancos para quem quisesse aderir à campanha. No corredor de acesso da secretaria, foi exposto um mural temático com dados e reflexões a cerca da violência contra a mulher.  Os trabalhadores foram convidados a debater e a assistir um filme educativo e reflexivo sobre o tratamento destinado às mulheres pelos machistas, questionando: “E se fosse a sua filha?”.

De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Saúde do Homem, Kamila Fialho, um dos objetivos da roda de conversa foi tirar um pouco os servidores dos seus espaços de trabalho e fazê-los refletir um pouco sobre o dia a dia. “Aproveitamos os 16 dias de ativismo, e principalmente a data de hoje, para conversarmos sobre como educamos os nossos filhos, as nossas crianças e como reproduzimos o machismo na sociedade. Apesar de ser um tema pesado, conseguimos, através do amor dedicado, criar um ambiente de debate leve. A ideia é que nós possamos cuidar um pouco das pessoas que trabalham aqui, e que estes servidores consigam ser responsáveis também por levar estas informações para fora do trabalho e que continuem refletindo sobre o tema, aliás, não só refletindo, que se transforme em atitude”, enfatizou.

Conforme o coordenador administrativo do Programa Academia da Cidade, José Reis de Menezes, que foi convidado a participar, a ação das técnicas responsáveis foi muito proveitosa. “É importante debater estes temas, principalmente nas unidades básicas de saúde porque é o primeiro local que chegam as mulheres que sofreram algum tipo de violência. Os profissionais devem ter consciência deste tema e saber como proceder porque é muito sério. Hoje em dia a estrutura familiar, que é a base de sustentação e de educação, está ficando esfacelada. Está faltando Deus no coração das pessoas, por isso tantos casos de violência, como também  há falta de educação nas famílias. Têm pessoas que ainda criam os filhos diferentes das filhas, não é por aí, deve-se ensinar a respeitar as pessoas”, disse o servidor.

“Eu tenho três filhos, dois meninos de 11 e 10 anos, respectivamente, e uma menina de 2 anos e meio. A minha filha viu um transexual  de batom e teve uma atitude preconceituosa. Isso me fez pensar quem ensinou isto a ela, porque na minha casa ensino aos meus filhos a respeitarem as pessoas.  Conversei com ela e disse que não tinha problema nenhum. Mas percebi que já passaram um pensamento machista para uma menina pequena. Isso é reflexo da nossa sociedade”, comentou André Santos, motorista da SMS.

Educação

Para a coordenadora do Programa Municipal de Saúde da Mulher, Cristiani Ludmila Borges, infelizmente os casos de violência contra a mulher, inclusive os mais extremos como o feminicídio, têm sido muito comuns, quase banais. “Vamos unir forças, precisamos mudar o modo como educamos meninos e meninas para que sejam cidadãs e cidadãos mais respeitosos, tolerantes, empoderados e que saibam reconhecer o seu papel na promoção de um mundo mais humanizado e mais igual para todos”, ressaltou.

“A violência contra a mulher está presente em todos os ambientes, seja em casa, no trabalho, na escola, dentre outros. A luta para combatê-la deve ser diária e somos todos corresponsáveis. Precisamos dar visibilidade aos casos, desnaturalizar as várias formas de violência contra a mulher e trabalhar cada vez mais o eixo da prevenção através da (re) educação da sociedade”, opinou a técnica responsável pelo Nupeva, Lidiane Gonçalves.