Programa Saúde na Escola contribui para o controle do Aedes aegypti em Aracaju

Saúde
19/01/2018 16h14

O Programa Saúde na Escola (PSE), que é fruto da parceria entre as secretarias municipais da Saúde (SMS) e da Educação (Semed), tem mobilizado constantemente os profissionais da rede de Atenção Básica para conscientizar os alunos das instituições educacionais da capital sobre a importância do combate ao Aedes aegypti. Essa semana foi a vez do Centro de Excelência Maria das Graças Azevedo Melo e da Emef Freitas Brandão.

Durante a ação, dezenas de alunos receberam as orientações dos profissionais das Unidades de Saúde da Família (USF's) Eunice Barbosa e Amélia Leite sobre as formas de controle do vetor responsável pela transmissão da dengue, chikungunya e zika vírus.

Para o professor de Biologia Claudemir Ferreira dos Santos, essa articulação do Programa é essencial para que a Saúde dialogue diretamente com a Educação e, com isso, o controle do mosquito seja ainda mais efetivo. "O PSE vem trazer à escola o conhecimento, não apenas para ensinar os alunos, mas para conscientizá-los, a fim de que cada pessoa que faça parte da realidade deles possa adquirir o que foi passado pelos profissionais de Saúde", parabenizou.

Conhecimento que a aluna Ketiney Raylany dos Santos afirmou que levará para toda vida. "Essa conscientização é muito importante, principalmente entre adolescentes, pois o futuro da nossa comunidade será construído por nós. Sem esse cuidado, nós mesmos sofreremos as consequências mais à frente", reconheceu.

Formando multiplicadores

A responsável pelo PSE na Saúde, Aline Barros, reforçou a posição do professor Claudemir, e disse que o objetivo do programa é justamente o de tornar os alunos das escolas públicas de Aracaju em multiplicadores nesse combate. Realidade vivida frequentemente pela técnica do Programa, Kátia Silvina. "Essas ações possibilitam uma conversa direta com as crianças, no que diz respeito ao perigo de não se combater o mosquito. É fundamental que elas entendam o papel que todos nós temos nessa luta, e se transformem em multiplicadores da informação, levando para dentro de casa tudo aquilo que aprenderam na escola", afirmou.

Desde o início da gestão, a SMS e a Semed já capacitaram mais de 18 mil alunos através do projeto Canto Limpo, sempre priorizando as escolas localizadas nos bairros mais afetados de Aracaju, de acordo com os últimos Levantamentos de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). Entre as ações são promovidas rodas de conversas e caça ao mosquito com os alunos, além de exibir de filmes educativos e dinâmicas que envolvem o tema.

Empenho dos profissionais

A acadêmica de enfermagem da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e estagiária da USF Eunice Barbosa, Beatriz Costa da Silva, afirma que é muito gratificante poder contribuir na vida dos jovens beneficiados por essas ações. "Foi uma experiência nova pra mim, onde pude perceber como é benéfico a gente começar a educar essas crianças desde cedo, pois eles realmente cobram aos pais novas atitudes, de acordo com o embasamento que damos a elas. Fico muito feliz em poder participar dessa transformação", comemorou.

A enfermeira Dayse Gomes Rocha compartilha da mesma alegria de Beatriz, e parabeniza a articulação entre a gestão pública e comunidade. "Os estudantes da UFS fizeram brincadeiras e uma peça de teatro com as crianças menores, e didáticas no laboratório com os adolescentes, para mostrar que prevenção é o primeiro passo para se ter saúde. A escola é realmente um dos melhores lugares para que essa prevenção seja iniciada", observou.

Queda do Aedes

Ações como as do PSE foram primordiais para a conquista do menor LIRAa dos últimos 11 anos, anunciado pelo prefeito Edvaldo Nogueira na última terça-feira, 16. Com 0,8 de Índice de Infestação Predial, a capital sergipana se colocou entre as cidades com baixa probabilidade de surto ou epidemia de doenças transmitidas pelo mosquito.

Quando comparado o número de casos notificados de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti em 2016 com os de 2017, fica clara a melhora na situação da saúde pública aracajuana. Os casos de dengue, por exemplo, apresentaram queda de 78,84%. A redução foi ainda mais expressiva para chikungunya e zika, 86,23% e 87,65%, respectivamente.

Hoje, Aracaju não apresenta nenhum bairro em risco de surto. Dos 42 bairros da capital, 27 (65%) foram classificados em baixo risco e 15 (35%) em médio risco. O acúmulo de água parada em caixas d'água, tonéis, vasos de plantas e outros reservatórios ainda compreendem a imensa maioria dos criadouros de mosquitos, compreendendo 95,3% dos casos. Por isso a conscientização da população possui um papel de suma importância para a manutenção da boa marca.