Unidade promove tratamentos alternativos para melhorar a Saúde e garantir mais qualidade de vida à população

Saúde
23/02/2018 12h42

Mesmo com a crescente demanda por remédios fabricados em laboratórios, a procura por ervas medicinais vem ganhando espaço e, em alguns casos, sendo protagonistas em tratamentos alternativos de Saúde. Tal procura se deve ao baixo custo e à facilidade de acesso aos insumos, além da versatilidade de uso, como para acalmar, cicatrizar, emagrecer e reduzir dores musculares, por exemplo.

Observando essa potencialidade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem proporcionado o fortalecimento das políticas de incentivo às práticas integrativas no SUS em Aracaju. Um exemplo disso é a Unidade de Saúde da Família (USF) Manoel de Souza Pereira, que desenvolve diversos tratamentos alternativos com flores, ervas e plantas medicinais. Essas ações têm demonstrado resultados bem relevantes na saúde dos usuários que fazem uso dos serviços oferecidos.

Mas a enfermeira da USF, Irene Alves de Deus, alerta que apesar das plantas terem sido os primeiros remédios no campo da cura, é preciso conhecimento para se obter bons resultados. "Saber conservar e usar cada tipo é fundamental para garantir que o tratamento funcione. Os usos das ervas vem aumentando e a causa disto, é a valorização de um hábito de vida mais saudável, seja pelo consumo de frutas e verduras, seja pela prática de exercícios físicos e menor consumo de remédios para dores cotidianas”, elucida.

Histórico e capacitações

Desde a implantação da USF, foi criado o herbanário para o plantio dessas ervas, que são utilizadas sempre que possível nos atendimentos prestados aos usuários. Mas Irene explica que lá é desenvolvida a fitoterapia básica. “Existe um confusão que precisa ser desfeita, que é usar os termos ‘plantas medicinais’ e ‘fitoterápicos’ como sinônimos. Fitoterápicos são remédios quimicamente preparados por alguns laboratórios, que passam por uma rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos, com concentração de ativos padronizados, o que nem sempre ocorre com as flores e plantas para o preparo de tratamentos. Aqui, nossos trabalhadores passaram por uma capacitação, e fizeram cursos para trabalharem o uso das ervas naturais brutas, sem produtos químicos”, esclareceu.

Luzinete Santos e Otília Silva são as duas agentes de saúde que fizeram o curso de fitoterápicos e ambas desenvolvem o que aprenderam no dia a dia do trabalho. Para Otília, o objetivo do cultivo destas flores e plantas é levar as pessoas a aprender e a pensar em como utilizá-las de forma racional e consciente. "Aprendemos a fazer o cultivo na hora certa, como manejar o produto, e a fazer sua identificação botânica. Esses são cuidados necessários para que os usuários possam utilizar de forma adequada e segura todas as ervas", revelou.

O gerente da USF, Vanderson Nunes de Almeida, relembra que ao longo dos anos o herbário foi crescendo e que, atualmente, os usuários podem usufruir de várias opções de utilização. "No atendimento odontológico, por exemplo, ofertamos o bochecho com a malva, planta que possui efeito anti-inflamatório, antisséptico de pele e mucosas. Nos curativos, podemos utilizar a babosa (Aloe Vera), que tem ação contra fungos e bactérias no organismo. Temos ainda diversos tipos de ervas e chás, como a erva doce que também é fitoterápica, além de preparações específicas para dores articulares e musculares", elencou.

E a institucionalização dessa ligação entre o conhecimento dos profissionais e o saber popular só reforça o quanto a interação entre servidores e usuários tem a somar na construção do cuidado com a Saúde pública. “Esse trabalho precisa ser divulgado, pois é também através dele que conseguimos nos aproximar ainda mais das necessidades de cada pessoa que precisa dos nossos serviços, melhorando assim a qualidade de vida de toda comunidade à nossa volta”, reconheceu a enfermeira Irene de Deus.