Saúde reforça a inclusão aos pacientes com síndrome de down e destaca serviços ofertados pela gestão

Saúde
21/03/2018 15h30

Na data em que se comemora o Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) divulga os serviços que compõem a assistência especializada de sua rede, promovida às crianças e adultos com a alteração genética de todo estado. Com isso, a gestão busca tornar os serviços mais conhecidos, ampliando a procura de novos usuários, sem deixar de abordar um dos pontos primordiais sobre esse tema: a inclusão.

De acordo com a coordenadora do Programa de Cuidado da Pessoa com Deficiência da SMS, Sony Petris, é importante registrar que a síndrome de down não é uma doença, trata-se de uma alteração genética do cromossomo 21. "O corpo de cada pessoa é formado por células e dentro delas, existem os cromossomos, que trazem informações como a cor dos olhos, do cabelo, cor da pele, entre outras características. São eles também que nos fazem parecer com nossos pais, tios ou avós, pois carregam as características que herdamos da família. Algumas pessoas possuem um cromossomo a mais, que é conhecido como trissomia. Existem diversos tipos de trissomia, e uma delas é do cromossomo de número 21, também conhecida como síndrome de down", explicou.

Assim como qualquer indivíduo, pessoas com síndrome de down podem ter algumas dificuldades e estão suscetíveis a doenças. Sendo assim, todos precisam de cuidados básicos de saúde. "No entanto, além dos cuidados básicos, as pessoas com esta síndrome, precisam de um acompanhamento mais atento dos profissionais, pois elas estão mais propensas a desenvolverem problemas de saúde. Os bebês também são mais molinhos, pois tem os músculos mais flácidos. Por isso podem demorar um pouco mais para engatinhar, andar e falar. Mas, isso não é uma regra para todos e nem quer dizer que a pessoa com síndrome de down, seja menos capaz. Eles podem fazer tudo normalmente: brincar, estudar, trabalhar, namorar. E tudo pode ficar mais fácil com a ajuda de um conjunto de profissionais de saúde, e sobretudo, da família. A síndrome de down é uma forma de estar no mundo e demonstra a diversidade humana. Após o nascimento, a criança pode ser encaminhada para os nossos tratamentos no CER II", informou a coordenadora.

Para a gerente do Cer II, Mylena Amaral, as crianças são estimuladas de maneira precoce, para reabilitação física e intelectual, com o objetivo de desenvolver habilidades para serem inseridas de uma maneira mais ativa. "Aqui, disponibilizamos para essas crianças sessões de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia para as mães. Quando a família descobre ainda é um choque, no entanto, atualmente a síndrome, não é tão rara e limitante. Só há pequenas limitações, que quando recebem estímulos são reduzidas, o que melhora bastante a vida. Nesta data especial é importante reiterar que a estimulação realizada nas terapias é primordial para o desenvolvimento das crianças. A pessoa com down é tão capaz como nós de aprender, ensinar, tocar instrumentos, dançar, cantar, viajar, namorar, enfim, é capaz de viver, basta que recebam os estímulos necessários desde o nascimento. O que as pessoas precisam aprender é a respeitar as diferenças, respeitar o outro e suas particularidades. A síndrome de down não é limitação, é apenas um diferencial", destacou a gerente.

Mylena informa ainda que a notícia boa em alusão ao dia é a volta da utilização do ônibus adaptado, para uso exclusivo do CER II. "O funcionamento do ônibus nos deixou muito felizes, facilitando o acesso aos usuários, intensificando o cuidado. O ônibus pega o usuário que possui grandes dificuldades de locomoção em sua residência, e traz para o tratamento no CER II, pois também precisamos colocar as pessoas vivendo a vida normalmente e criando sempre condições para que elas tenham total acesso aos nossos serviços", enfatizou.

Apoio da gestão

Jocácia Freitas, mãe do pequeno David, de seis anos, conta que tem recebido todo suporte do município, e que o tratamento está ajudando na comunicação com o seu filho. “Eu só tive certeza da situação dele alguns dias depois do nascimento, quando confirmei com minha médica. Hoje, David tem acompanhamento de fonoaudiólogos, e conseguiu desenvolver bem a comunicação, embora apresente dificuldades com a fala. Isso não me preocupa. Apesar dele não falar muito bem através das palavras, conseguimos nos comunicar e todos entendem o que ele quer dizer. Sem falar nas outras habilidades que ele desenvolveu”, reconheceu a mãe.

Já o Pedro Gustavo, também com seis anos de idade, faz o tratamento no CER II há três. “Muitos já olham para a pessoa com deficiência e já acham que ela é incapaz de fazer qualquer coisa. Hoje a gente luta para que a sociedade entenda que a deficiência não é só uma limitação, uma dificuldade, mas também é uma barreira social. A partir do momento que você dá estímulo e oportunidade, eles podem se desenvolver plenamente. Além de garantir a saúde dos pacientes, os serviços de reabilitação buscam preparar as pessoas com down, ou qualquer deficiência, para a vida. Ele não andava, e depois que iniciou o tratamento aqui melhorou muito. Já anda e vem aprimorando a fala com o acompanhamento da fonoaudióloga”, disse a mãe Vânia Silveira.

Campanha e evento

A campanha internacional deste ano traz como tema Como eu contribuo com a minha comunidade, relacionado ao enriquecimento da diversidade humana, com a diminuição do preconceito, com o despertar da fraternidade e da solidariedade através da verdadeira inclusão.

"No próximo domingo, 25, no Parque da Sementeira, teremos um grande evento promovido pela Prefeitura, através de parcerias de diversas secretarias e sociedade civil, intitulada Cidade Acolhedora, Família Acolhida, porque a gente acredita na necessidade de acolher não só a criança, mas também a sua família. O mais importante de ter uma data alusiva à síndrome de down é a conscientização de todos", reforçou Sony Petris.