Saúde debate casos de mulheres vítimas de violência no Tribunal de Justiça de Sergipe

Saúde
24/04/2018 13h36

Nesta terça-feira, 24, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) participou de uma apresentação sobre a Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência no Âmbito da Saúde, no Curso de Formação para membros da "Patrulha Maria da Penha", realizada no auditório do Tribunal de Justiça de Sergipe. O projeto é desenvolvido através da Guarda Municipal de Aracaju (GMA) e tem o objetivo de contribuir com as políticas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica na capital sergipana.

De acordo com a coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Cristiani Ludmila, o estreitamento das relações fortalece a rede de enfrentamento à violência contra a mulher e contribui para o êxito das políticas públicas. "Muitas vezes, as mulheres que se dirigem ao poder judiciário não chegaram às nossas Unidades. Então, é fundamental que possamos estabelecer essas parcerias. Como fator primordial, esclarecemos que os casos de violência  podem ser identificados pela porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), como as unidades básicas, os hospitais municipais, o Centro de Especialidade Médica de Aracaju (Cemar) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps)", explicou a coordenadora.

Segundo a responsável técnica pelo Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva), Lidiane Oliveira, a proteção da mulher que vive situação de violência se completa a partir da ação cuidadora de muitos profissionais, seja na área da Saúde, da Assistência, da Educação, da Segurança Pública, dentre outros. "São cinco tipos de violências: sexual, física, moral, psicológica e patrimonial, previstas na legislação. Os participantes ainda puderam conhecer como funciona o trabalho de superação da violência e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) exerce um papel fundamental no enfrentamento desse problema, integrando uma rede de atendimento às vítimas, em Aracaju", revelou.

Ainda segundo Lidiane, as Unidades de Saúde da SMS que prestam esse serviço são 'porta aberta', ou seja, as pessoas podem procurá-las espontaneamente para consultas e encaminhamentos. "Uma das estratégias utilizadas para promover esta linha de cuidado ao paciente é a notificação dos casos suspeitos ou confirmados com a ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificações e Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes. O Nupeva, que pertence à Coordenação de Vigilância Epidemiológica (Covepi), dentre outras intervenções, atua na sensibilização de profissionais de saúde para um acolhimento humanizado e encaminhamentos das vítimas com a maior agilidade possível. Nos casos de tentativa de suicídio e violência sexual, é preciso uma notificação imediata (em até 24h) ao Nupeva, bem como encaminhamento aos serviços de saúde para promover os cuidados necessários. As notificações, além de obrigatórias por lei em serviços de saúde, são necessárias para o planejamento de ações e construção de políticas públicas de enfrentamento mais eficazes, destacando que existe um trabalho multidisciplinar, voltado ao atendimento às vítimas, que é desenvolvido em conjunto com outras secretarias", disse.