Alimentação de qualidade: Semed avalia itens da agricultura familiar

Educação
16/05/2018 18h20

Frutas e legumes frescos. Bebidas láctea, manteiga, carne, pães e bolos. Estes são alguns itens da lista de produtos fornecidos por agricultores familiares do estado, que integram o cardápio da alimentação escolar da rede pública municipal de ensino de Aracaju. Mais de 31 mil estudantes - das escolas, creches e entidades filantrópicas - terão acesso a alimentação de ótima qualidade. E para assegurar a excelência dos itens, a comissão especial que organizou a compra dos produtos recebeu, na manhã desta quarta-feira, dia 16, amostras dos gêneros que serão fornecidos às escolas pelas seis cooperativas classificadas no processo.

O dinheiro utilizado para aquisição dos produtos vem do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que determina que, no mínimo, 30% do valor repassado a estados, municípios e Distrito Federal, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), deve ser utilizado na obtenção de gêneros alimentícios da agricultura familiar. A nutricionista Verônica Maria da Silva, responsável técnica pela merenda distribuída pela Secretaria Municipal da Educação (Semed), destaca a relevância da chamada pública. "Ela fortalece a agricultura familiar e assegura aos estudantes o acesso a uma alimentação que atende as necessidades nutricionais", destaca.

Desde agosto de 2014, o fornecimento da alimentação escolar é terceirizado, isto é, existe uma empresa que executa o cardápio feito pela Semed. "Este cardápio não pode ser alterado. Então, a agricultura familiar vem para acrescentar, do ponto de vista nutricional, este cardápio que já existe", relata. Este ano, o valor investido na compra de produtos deve ultrapassar os R$ 2,4 milhões. Em termos percentuais, isto equivale ao uso de 80% do total do recurso previsto para o município através do PNAE. O objetivo da Prefeitura de Aracaju é utilizar 100% destes recursos, com a obtenção da produção local, em 2019.

Para Cristiano Santos Leite, da Ascoporto, essa é uma ótima notícia. "A chamada pública de Aracaju é de suma importância para nós, produtores, pois agregar o valor aos nossos produtos. Como muitos produtores não têm como comercializar sua produção, fornecer para as escolas do município é fundamental", reitera. Também presente na avaliação das amostras, o produtor Raimundo de Andrade Gomes vê com bons olhos a decisão da Prefeitura de Aracaju de investir na agricultura familiar. "Isto valoriza o produtor local, fortalece a cadeia produtiva e as comunidades", afirma.

Verônica relembra que a alimentação é um direito humano que deve ser assegurado aos estudantes da rede pública. "Muitas vezes as crianças chegam às escolas com fome, o que obviamente afeta o processo de aprendizagem. Com a complementação da alimentação com os itens da agricultura familiar, a Prefeitura garante que seja ofertado aos nossos alunos, antes do início da aula, um lanche com, por exemplo, suco, bebida láctea, pão, bolinho ou frutas", descreve. No caso das entidades filantrópicas, os produtos da agricultura familiar são fornecidos para integrar todas as refeições. "Por isso também adquirimos legumes, carnes e hortaliças", explica.

A composição do cardápio também é especial. Ela começa meses antes do início do ano letivo, quando a Coordenadoria de Alimentação Escolar (Coae) envia e-mail para as cooperativas solicitando informações sobre o que elas produzem. "A partir daí, formulamos um cardápio que considera a questão da sazonalidade dos alimentos e os hábitos alimentares do nosso público", descreve a nutricionista. Com o cardápio aprovado, é feita a chamada pública e escolha de fornecedores. Este ano, cooperativas de Estância, Porto da Folha, Capela, Moita Bonita, Poço Redondo e Japaratuba serão responsáveis pela entrega dos produtos.