O Centro de Referência à Saúde do Trabalhador (Cerest), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou nesta sexta-feira, 25, a 3ª reunião do Grupo de Estudo de Câncer relacionado ao Trabalho, no auditório da Faculdade Estácio Fase, e contou com a participação de profissionais de saúde, estudantes e o público em geral.
Segundo a técnica do Cerest, Conceição Balbino, as atividades do Grupo de Estudo de câncer relacionado ao trabalho são desenvolvidas há cinco anos. "O grupo é aberto a todos aqueles que tenham interesse no assunto, mas a nossa intenção é atrair cada vez mais os profissionais da atenção básica, que estão na ponta atendendo aos usuários nas Unidades de Saúde da Família. A ideia é que eles participem dos encontros e retornem para as suas Unidades como multiplicadores do conhecimento adquirido, difundindo as informações recebidas e ajudando na identificação de possíveis novos casos da doença", explicou.
O evento foi aberto com o palestrante e médico, Dr. Carlos Anselmo Lima, que falou sobre o tema ‘Abordagem do Boletim Epidemiológico e suas considerações para a política de atenção oncológica'. "Hoje apresentei os dados estatísticos do câncer, número de casos, incidência, mortalidade e sobrevida que podem auxiliar no desenvolvimento de políticas de saúde para o diagnóstico precoce e tratamento. A epidemiologia do câncer garante aos gestores públicos a melhor avaliação para a institucionalização das suas políticas", disse.
A reunião teve continuidade com a fala do auditor fiscal do trabalho e médico, Dr. Roberto Borges, que trabalha com a pesquisa do produto químico benzeno. "Algumas ocupações têm uma incidência de câncer relacionado ao trabalho, como por exemplo, os que são expostos a produtos químicos como o benzeno, presente na gasolina. Esse é um dos fatores que podem causar doenças no sangue, como a leucemia. Nem no Brasil e nem no mundo existe uma exposição saudável ao benzeno. As autoridades sanitárias sabem disso, e precisamos promover medidas preventivas, já que os trabalhadores dos postos de combustíveis estão expostos quase que diariamente", falou.
O encontro teve sequência com o médico da Unidade Carlos Fernandes de Melo, da SMS, Dr. Alexandre Silva, que falou sobre a atenção oncológica na Rede de Atenção Primária. "Os profissionais de saúde do trabalhador têm o desafio de levar este olhar crítico para todos os outros servidores da saúde, independentemente de onde atendam, para dar uma orientação adequada aos pacientes, a fim de promover uma queda nos riscos de doenças ou mortes. Muitos trabalham com substâncias bastante cancerígenas e nós fazemos ações educativas, orientando sobre a segurança no trabalho para que eles fiquem em alerta. Então, com esse estudo, nós podemos evitar até que os trabalhadores cheguem a ter o câncer", disse.
A enfermeira e voluntária da Associação dos Amigos da Oncologia (AMO), Alda Santos, colocou em debate o tema Perfil epidemiológico dos usuários atendidos pela AMO. "É um tema amplo, e essa troca de conhecimento com outros profissionais da área nos permite um aprendizado constante. Enfim, cada trabalho tem um tipo de exposição que pode ser evitada, protegida ou tratada", completou.
