Escolas municipais promovem eleição de representantes de turma

Educação
20/06/2018 16h23

Dezesseis escolas municipais promoveram, nesta terça e quarta-feira, dias 19 e 20, eleições para a escolha dos representantes de turmas. Nas próximas semanas, o processo deve se repetir em outras três unidades da rede pública de ensino de Aracaju. A iniciativa integra o projeto ‘Educar para a Cidania’, desenvolvido pela Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade (Coped), que pertence ao Departamento de Educação Básica (DEB) da Secretaria Municipal da Educação (Semed). O objetivo é fundamental: estimular nos alunos noções de cidadania, ética, participação, integração social e preservação do patrimônio. A ação, inclusive, é uma das metas previstas no Plano Municipal de Educação, que trata da formação da representação estudantil. A eleição ocorre nas turmas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, e, também, nas turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

“Esta é uma forma de mobilizar o corpo discente das nossas escolas para que eles discutam os problemas que ocorrem com maior ou menor incidência nas unidades. Assuntos como conservação do patrimônio escolar, violência nas localidades, preconceitos e mesmo a mobilização dos estudantes para os projetos desenvolvidos pelas escolas e pela Semed, estarão na pauta destes alunos. Além disso, queremos estimular a liberdade de expressão. Acreditamos que esses representantes de turma – os vice e os suplentes - agirão no sentido de mobilizar os colegas para discutir a realidade das escolas, sob a ótica dos estudantes, e para ajudar a verbalizar soluções que estes meninos e meninas imaginam para os problemas enfrentados”, explica a coordenadora do Coped, Maíra Ielena Nascimento.

Mobilização e protagonismo

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Sabino Ribeiro, no bairro 18 do Forte, a preparação para a eleição deixou todo mundo animado. De acordo com a diretora da escola, Greice Almeida, as turmas ficaram empolgadas e se envolveram bastante no organização. “O processo de representantes traz um incentivo de colaboração dos alunos na escola. É um meio de os alunos ficarem mais próximos da equipe diretiva e dos professores; de eles trazerem um senso crítico, opinarem em relação a alguns acontecimentos na escola e, assim, facilitar a conversa. Também é uma oportunidade de aprenderem sobre cidadania, sobre democracia. Muitos deles já estão chegando na idade de votar, então, é um meio de terem opinião própria sobre quem vai votar não só na escola, mas também no mundo lá fora”, avalia.

Cauã Barreto, 14 anos, que cursa o 9° ano no Sabino, foi um dos candidatos. Ele explica o que o levou participar. “Eu queria ter essa experiência pra ver se ajudo a escola no que precisar”, declara. Outra candidata na mesma unidade, Gabriela Santos, de 14 anos, também do 9° ano, teve motivação similar. “Espero que a gente consiga mudar a escola. A educação precisa melhorar, queremos que ter um futuro melhor e para isso temos que ter alunos que queiram se informar cada vez mais sobre participar do processo das decisões. Isso é muito importante”, diz. Também com 14 anos e cursando o 9° no Sabino, Gisélio Júnior acredita que estar na escola é muito mais que assistir as aulas. “Essa é uma experiência muito boa e eu também conheço muita gente. Nós, alunos, precisamos ser ouvidos e, com a nossa opinião, muita coisa pode mudar, por isso resolvi participar”, justifica.

Na Emef Professora Maria Thétis Nunes, no bairro América, o clima era parecido. O professor Manoel Odilon, de História, ajudou a realizar a eleição na escola. Para ele, a maior lição é a de cidadania. “É um reforço para democracia. Eles começaram a entender o que este sistema, que não é somente votar e esperar que o nosso representante resolva tudo pra gente. Que é necessário o cidadão participar. E com essa atividade, a gente começa a criar, neles, essa cultura de participar diretamente da solução dos problemas. Eles ficaram animados e, quando mobilizamos, surgiram várias ideias de como eles querem atuar no cotidiano”, descreve. Aluno do professor Odilon, Diego Borges, 12 anos, do 6° ano, mostrou disposição para o desafio. “Eu quero ter voz e quero dar voz aos meus colegas, levando as reclamações e sugestões para a direção”, afirma. 

O diretor da Thétis Nunes, Isaú Vinícius Nunes, também mostrou-se animado. “Na escola temos que formular a ideia de cidadania para o adolescente. Nesse caso, é interessante porque eles vão trabalhar a questão do voto, da escolha e da importância da política. Não essa política partidária que conhecemos, mas a política como forma de organização social. E isso também irá ajudá-los a entender quais são os seus direitos e deveres”, destaca. Após a escolha dos nomes, os estudantes eleitos participarão de uma formação promovida pela Secretaria nos meses de julho e agosto. O mandato terá duração até o final do ano letivo de 2018.