NPD Orlando Vieira promove palestra com Pauly Di Castro no projeto ´Quarta às quatro´

Agência Aracaju de Notícias
23/01/2007 08h00

O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV) promove amanhã, quarta-feira, às 16 horas, a palestra ´O papel do áudio na produção audiovisual´, com o sound designer* Pauly Di Castro. A atividade integra o projeto ´Quarta às quatro´, que teve início a semana passada e tem o objetivo de mostrar ao público um conhecimento específico sobre audiovisual. Em seguida, às 18 horas, haverá o lançamento da edição nº 4 da revista Imagine-SE. As ações do NPDOV são geridas pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju). Pauly Di Castro é formado pela School of Applied Recording Arts and Sciences na cidade de Rockville, Maryland USA, onde viveu 12 anos. Trabalhou em dois longas metragens americanos, documentários para National Geographic e museus do Smithsonian e Holocausto, produziu várias bandas. Estudou captação de som para cinema com professores da escola de cinema francês ´Femis´. No Brasil, Pauly foi proprietário do estúdio Porão por oito anos, produziu 260 CD´s, destacando artistas como Jorge Aragão e outros. Na televisão atuou como sonoplasta senior nas novelas Kubanacan, seriados como a Casa das Sete Mulheres, O Jogo, Os Normais. No cinema foi premiado em 1993 no Festival de Cinema de Brasília com o longa Louco por Cinema, do diretor André Luiz Oliveira, além de vários curta-metragens. No circuito nacional foi editor de som, efeitos e artista foley dos longas ´Os Normais´, responsável pela dublagem de ´Cidade Baixa´, editou o longa ´Vidas de Maria´. Além disso, foi premiado em 2002 com o curta animado ´O Coronel e o Lobisomem´, prêmio Animamundi como melhor filme do ano. Ele atua também como projetista de ambientes acústicos. Confira uma rápida entrevista com Pauly Di Castro: AGÊNCIA ARACAJU DE NOTÍCIAS - Como chegou até Aracaju? PAULY DI CASTRO - Bom, a princípio vim para a campanha do nosso governador Déda, a convite do marqueteiro paulista Dudu Godoy. Andava meio descontente com o mercado dos grandes eixos. O desconforto em estar sempre viajando também me cansou muito. Acredito que chega uma certa fase da nossa vida que optamos em sentir mais prazer em fazer coisas do que apenas acumular créditos em projetos e também o fato de poder estar passando conhecimento pra outras pessoas me agrada muito. AAN - Existe mercado pra sound designer aqui? PC - Eu acredito que o tempo dirá! Acho que o mercado acontece de acordo com a formação de profissionais competentes. O mercado está aí, é extenso, e não se limita apenas à sonoplastia, ou operação de mesas, é muito mais do que isso. O som está espalhado por aí, faz parte de nossas vidas, não vivemos sem ele, portanto, temos que apresentar um bom trabalho de divulgação nos meios de comunicação. AAN - Qual a importância de um projeto como o NPDOV para o surgimento de um mercado de profissionais de audiovisual, especialmente na sua área de atuação? PC - Acho que o Núcleo é a base de tudo, as coisas tem que ser organizadas e a escola é o caminho mais certo para tal. O aluno ou a pessoa que almeja ingressar nesse mundo deve contar com profissionais gabaritados. É o direcionamento certo. Lembro que tive que sair do Brasil para estudar porque na época não havia escolas nessa área. E, quando voltei, me consideravam super-qualificado, daí tive que me virar para provar que uma pessoa que investe em um curso desses merece ser bem remunerado e respeitado. Portanto, a escola é a base de tudo, sem dúvida. AAN - Como você tem ouvido Aracaju? PC - (risos) Interessante essa pergunta, muito bem colocada para um sound designer. Eu ouço Aracaju como o canto do Uirapuru, ninguém o vê na floresta, mas pode-se ouvir seu canto majestoso... Aracaju ainda está por ser ouvida à altura, temos matéria-prima e pedras lapidadas, seremos o veículo dessas preciosidades. * Sound designer é um título dado à técnicos e engenheiros de áudio que dominam as várias etapas de uma produção musical, cinema, rádio ou TV. Quinta-cinematográfica Já dentro do projeto ´Quinta-cinematográfica´, será veiculado, às 20 horas, o filme ´Roma, cidade aberta´ (1946), de Roberto Rosselini. O filme retrata Roma entre os anos de 1943 e 1944, sob ocupação nazista, quando é declarada “cidade aberta” para evitar bombardeios aéreos, época em que comunistas e católicos deixaram suas diferenças de lado para combater os alemães e as tropas fascistas. Filmado logo após a libertação da Itália, em locações reais e com atores amadores, ´Roma, Cidade Aberta´ tornou-se o marco inicial do neo-realismo italiano, que mostrou ao mundo que era possível se fazer cinema mesmo sob as condições mais precárias. O filme é considerado um dos maiores da história do cinema pela crítica mundial. O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira fica localizado na rua Lagarto, nº 2161. Informações: (79) 8821-4928.