Memorial da Bandeira de Aracaju guarda história de Sergipe e do Brasil

Cultura
11/02/2009 17h01

O único Memorial da Bandeira do Brasil está localizado na capital sergipana, na Praça da Bandeira, entre os cruzamentos das avenidas Barão de Maruim com Pedro Calazans. O espaço tem acesso gratuito e é mantido desde julho de 2004 pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes da Prefeitura Municipal de Aracaju (Funcaju), através do projeto Museu de Rua.

Estudantes, turistas e a população em geral podem conhecer a história brasileira, em especial de Sergipe, por meio de exposições de longa duração e de curta duração em períodos sazonais, a exemplo do Dia da Bandeira e do Dia da Proclamação da Independência do Brasil. O acesso ao público é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h, e das 14h às 18h. Excursões escolares podem ser agendadas por meio do telefone: 3179.3682.  

Segundo a coordenadora do memorial, Bianca de Carvalho Leite, existe um outro projeto semelhante no país, mas que não aborda os símbolos cívicos e sim as expedições dos bandeirantes. "Apesar do mesmo nome, a temática é diferente. Costumamos montar exposições sobre o tema do período", observa.

De acordo com Bianca, os professores utilizam o acervo para dar aulas de história, enquanto que os estudantes aproveitam a maquete do mapa de Sergipe para aprender sobre geografia e a variedade de plantas e flores existentes na Praça da Bandeira para conhecer mais sobre a disciplina de ciências. "É um local com vasta variedade e que esta disponível a todas as pessoas", destaca.

No local, duas monitoras se revezam para atender os visitantes que podem ter acesso às dez bandeiras do período colonial, além de explicações sobre os acontecimentos da época. "Bandeiras de Portugal, do Domínio Espanhol, do Principado do Brasil, entre outras, podem ser vistas aqui", informa a coordenadora do memorial.

No espaço, ainda há aulas sobre o posicionamento das bandeiras. A do Brasil ­- por ser a mais importante - em qualquer cerimônia sempre estará hasteada no meio, do lado direito a bandeira do Estado e do lado esquerdo a bandeira da cidade. Há também os símbolos cívicos, a exemplo do selo nacional, do hino e da bandeira.

Curiosidades

A bandeira de Aracaju possui o brasão de armas do município. A imagem foi escolhida através de concurso na comemoração de aniversário do centenário de Aracaju. O vencedor foi o artista plástico Florival Santos.

A cruz representa a religiosidade; o catavento homenageia a produção de sal da capital; o coqueiro a grande quantidade do produto encontrado na cidade; a roda dentada representa a evolução do tempo e do trabalho; os cavalos marinhos, o litoral e a coroa com cinco torres evidenciam que Aracaju é a capital do Estado.

A bandeira de Sergipe possui cinco estrelas, que representam os rios que banham o Estado: Vaza Barris, Cotinguiba, São Francisco, Sergipe e Poxim. Suas cores acompanhan a bandeira do Brasil.

Quando o Brasil deixa de ser Império e passa a ser Republica, em 1889, cria-se outra bandeira, muito pouco conhecida, que só durou quatro dias. Assim, no dia 15 de novembro de 1989, foi proclamada a República, momento em que surge a nova bandeira.

A bandeira da Proclamação da República foi criada por Benjamim Constant, que se inspirou no Rio de Janeiro. "O globo azul é o céu do Rio de Janeiro, às 8h30 da manhã, o posicionamento das estrelas é como estava o céu", conta a monitora e estudante do curso de história, Lucila Cardoso Santos. A tonalidade passa a ser verde, em homenagem a família de Dom Prego, dos Bragança, e amarelo, representando a família Habsburgo, de Leopoldina, esposa de Dom Pedro.

A curiosidade da nossa bandeira brasileira contradiz o que acredita a maioria das pessoas. A estrela acima da frase ‘Ordem e Progresso' não representa o Distrito Federal e sim o Pará. "Ela ficou dividida por questão de diâmetro, então, ficou acima da frase e sozinha", explica a monitora. A localização de Sergipe na bandeira do Brasil é o espaço da constelação de escorpião.

Estrutura

Para receber grupos vulneráveis e especiais, há no memorial toda uma estrutura especial. Os cegos têm acesso ao material através das bandeiras em alto relevo e da maquete que possui placa em braile. Os surdos são atendidos por monitores que passam as informações através da linguagem das libras e a estrutura é toda preparada para receber cadeirantes. "Tentamos atingir da melhor forma toda população, para que as pessoas possam participar ativamente", explica Bianca.