Prefeitura de Aracaju utiliza Inteligência Artificial para analisar dados da Educação

A Prefeitura de Aracaju tem apostado e investido na tecnologia como uma importante aliada no aprimoramento e na eficácia dos diversos serviços que o município demanda. Neste sentido, a Educação vem sendo um dos setores que mais se reformulou e evoluiu a partir do trabalho em conjunto com os equipamentos e plataformas tecnológicas.

A Secretaria Municipal da Educação (Semed) é a primeira pasta do município a integrar ao seu sistema de trabalho a Inteligência Artificial (IA), que é uma das tecnologias mais atuais e completas no sentido de formular resultados em tempo real. Para a Educação, a ferramenta revoluciona as metodologias e as logísticas imprescindíveis para o trabalho pedagógico, trazendo, por exemplo, a possibilidade de ter acesso a dados preditivos dos estudantes, que são projeções de informações e resultados referentes ao nível de aprendizagem.

Com a implementação da IA, os dados que antes eram registrados em folhas papel e levavam até anos para serem analisados e formulados resultados, hoje, é possível que se tenha respostas em tempo real e, ainda, o conhecimento de situações e realidades futuras, permitindo que a Secretaria se antecipe e desenvolva intervenções específicas para cada estudante. 

Reforçando o pioneirismo da secretaria no uso da IA, o secretário municipal da Educação, Ricardo Abreu, relata que a rede está eufórica com a possibilidade de se ter acesso a dados que se reverterão na otimização das políticas públicas já existentes e na formulação de novas políticas que tenham como foco a aprendizagem e o sucesso escolar dos estudantes.

“Se nos anos de 2022 e 2023 nós tivemos grandes avanços na alfabetização dos nossos estudantes, em 2024 nós teremos ainda mais, pois iniciamos um projeto de implementação de IA nas escolas para que os professores, coordenadores pedagógicos, os gestores e todos aqueles que fazem a política pública do nosso município possam acompanhar em tempo real as probabilidades de sucesso ou de insucesso escolar dos nossos estudantes. A nossa pretensão é acompanhar individualmente a trajetória escolar de todos os nossos 32 mil estudantes e identificar aqueles estudantes que estão em maior situação de vulnerabilidade escolar e que, portanto, precisam de uma ação pontual para que eles não se evadam da escola, mas, também, que a gente possa aprimorar cada vez mais os processos de gestão”, declara o secretário. 

Para o diretor de inovação da prefeitura de Aracaju, Walter Júnior, o uso da inteligência artificial deve ser cuidadosamente planejado, analisando os dados e sendo preparado para o futuro. Ainda, ele também destaca que a ideia de trabalhar com pioneirismo não é apenas ser o primeiro, mas sim, ser o primeiro a abordar os problemas existentes. 

“A inteligência artificial não nos diz o que fazer, mas nos ajuda a entender o que pode acontecer no futuro, permitindo-nos escolher o melhor caminho. Ser pioneiro é importante porque trabalhamos com crianças, um público altamente conectado à tecnologia. Utilizar a inteligência artificial na administração pública fortalece a criação de políticas públicas direcionadas à educação, além de nos dar segurança ao traçar um caminho baseado em dados coletados ao longo do tempo. Precisamos considerar tanto aspectos pedagógicos como de segurança, especialmente diante dos desafios atuais. A expectativa é utilizar a inteligência artificial para melhorar a educação e garantir segurança”, frisa.

À frente da implementação da IA, o diretor do Departamento de Tecnologia da Informação (DTI), Caio Davinis, explica que o processo inteligente vai ajudar a entender quais são os alunos que têm maior risco de reprovação e quais são os componentes curriculares que precisam de atenção. 

“Assim, a Semed toma uma providência antecipada. A IA é uma ferramenta que veio para ficar e, em 2023, ela está ativa desde a segunda avaliação, fazendo com que, já nesse momento inicial do ano letivo, já vamos conseguir saber quem são os alunos com uma grande chance de reprovação ou não”, detalha o gestor do DTI.

Para o gestor, um dos triunfos da IA é poder ter uma análise de dados que vai muito além do cálculo matemático, que é o senso comum existente sobre a tecnologia em questão. Ele explica que é compreensível que as pessoas tenham essa imagem, mas, para quebrar esse estigma no campo educacional, Caio traz evidências formadas pela própria inteligência, a exemplo da percepção de que meninas recuperam as notas escolares com mais frequência do que os meninos. 

“Um diferencial da inteligência artificial é possibilitar entregar um relatório para as escolas que não é baseado apenas numa conta matemática que leva em consideração uma média, mas, sim, uma análise realmente inteligente, considerando diversos fatores compostos. Pois, o atrito de função matemática não iria conseguir ter esse entendimento, já a inteligência artificial, sim. Portanto, as decisões e intervenções da Educação passarão a ser baseadas em evidências e dados preditivos, com uma perspectiva tecnológica totalmente atual. E a prova disto é a recente análise realizada, onde foi comparada os valores previstos anteriormente com os reais posteriores, identificando mais de 95% de compatibilidade, ou seja, um cenário altamente promissor, através de uma ferramenta poderosa que irá auxiliar fortemente os processos pedagógicos modernos”, garante.