“Violência e violação de direitos no território” foi o tema de uma Roda de Conversa realizada na noite desta quarta, 21, pelo Trabalho Técnico Social (TTS) da Avenida Perimetral Oeste, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jaime Araújo, no bairro Soledade. O encontro foi conduzido pela Técnica de Referência em projetos sociais para área da habitação da Avenida Perimetral Oeste, Alexandra Déda, que estimulou o debate entre os participantes apresentando de forma dinâmica e esclarecedora as definições e exemplos práticos das diversas situações de violência que ocorrem na sociedade.
Além dos conceitos sobre os principais tipos de violência como física, psicológica, doméstica, sexual, a facilitadora apresentou dados de incidência da violência e violação de direitos nas famílias que ingressaram no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi) e que são acompanhadas pelos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Aracaju, com destaque para o 5º distrito, que contempla os bairros afetados pela obra da Avenida Perimetral. Os números apontam os índices de violência registrados principalmente contra crianças, adolescentes, idosos, mulheres, pessoas com deficiência e vítimas de discriminação por orientação sexual.
O evento contou com a participação dos alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da instituição onde ocorreu, que são moradores do bairro Soledade, e também foi aberto para toda a população da Avenida Perimetral. O público interagiu com depoimentos de suas próprias histórias, tornando a roda de conversa um momento de partilha e de grande aprendizado.
Alexandra Déda reforçou ainda a importância de ter uma rede de apoio familiar fortalecida para dar suporte nos casos de violência e violação de direitos, e também explicou sobre as políticas públicas existentes no município para acolher essas situações. “A pessoa em situação de violência é atendida de forma humanizada e integral em todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde e, além disso, ela também pode procurar serviços da rede de atenção e proteção que fazem parte da Secretaria da Assistência Social como Centro de Referência de Assistência Social [Cras], Creas, Conselho Tutelar e Centro de Referência de Atendimento à mulher [Cram]”, explica.
Adriana Venâncio é estudante do EJA e interagiu bastante durante a conversa. “Achei um momento bem necessário porque tem gente que deixa passar por falta de informação, não sabe o que fazer e onde ir em uma situação de violência. A partilha desse conteúdo pode encorajar as pessoas, por saberem que não estão sozinhas e têm onde recorrer”, avalia.
A coordenadora pedagógica da instituição, Maria Augusta Accioly, destaca a relevância de um encontro como esse, por levar informação e também provocar discussões na comunidade, acerca do assunto. “Com isso, eles podem se sentir seguros sabendo que existem pessoas que estão interessadas pelo que eles passam e que existem grupos de apoio, tanto na escola como equipes como essa, que trouxe esse tema e veio fazer essa conversa que eles participaram bastante”, completa a coordenadora.
Lindineide Salustiano, que faz parte da Comissão de Acompanhamento de Obra (CAOP) da Avenida Perimetral Oeste, parabeniza a equipe pela iniciativa. “Quero agradecer por trazerem essas informações porque tem muita gente que passa por essas situações e tem medo de denunciar. Para mim, e tenho certeza que para todos, foi muito importante tudo isso que vocês mostraram pra gente e cada vez mais a gente aprende sobre nosso valor dentro da sociedade”, relata.
A equipe social também compartilhou informações sobre as principais ações do eixo de Desenvolvimento Econômico, que contempla inscrições para os cursos em parceria com o SENAC e SENAI, bem como as mentorias para os empreendedores locais.
Perimetral Oeste
A avenida Perimetral Oeste terá uma extensão de 7,5 km, largura de 9,5 m e contará com três faixas de rolamento, sendo uma exclusiva para o transporte público, ciclovia e acessibilidade. Para construir a via, que é um dos principais projetos do Programa de Requalificação Urbana de Aracaju, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Prefeitura investe cerca de R$ 150 milhões.
