Através de parceria com Cras, Emef Sérgio Francisco promove atividade sobre abuso sexual

Educação
15/08/2018 17h27

O trabalho em rede fortalece a comunidade em que os órgãos municipais estão inseridos. Desta forma, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Sérgio Francisco da Silva, no bairro Lamarão, mantém parcerias com o Conselho Tutelar, Conselho de Segurança do local, além do Centro de Referência de Assistência Social (Cras). O resultado disso se reflete nas atividades realizadas na unidade de ensino. Nesta quarta-feira, 15, a equipe do Cras da comunidade levou uma importante discussão para os estudantes: abuso sexual de crianças e adolescentes.

Cerca de 200 alunos da Emef, entre 12 e 15 anos, puderam tirar dúvidas sobre o tema. Em um primeiro momento, uma peça teatral foi encenada com alunas da própria escola. A encenação lembrou o caso de Araceli Cabrera Crespo, uma menina de oito anos que, no ano de 1973, foi raptada, estuprada e morta no Espírito Santo. Até o momento, o caso permanece sem solução

A atividade ainda contou com uma palestra com psicólogos e assistentes sociais do Cras, que explicaram os tipos de abusos sexuais, formas de denúncia e como identificar quando alguém próximo está sendo vítima. “Nós estamos desenvolvendo várias ações em parceria aqui na escola. Temos observado algumas questões nas conversas entre os alunos que trazem relatos de violência que presenciam em casa ou na comunidade, por isso, decidimos convocar o Cras. É uma forma mais lúdica de abordar esses assuntos e eles se interessam por ser uma novidade e também por ter colegas deles participando. Depois das atividades, os professores trabalham os temas na sala de aula, através de redações ou rodas de conversa, para termos esse feedback”, explica a coordenadora pedagógica da Emef, Tanielly Farias.

As adolescentes Manoela França, 12, Raiane Silveira, 11 e Nayara Santos, 15, participaram da encenação promovida pelo Cras. Elas contam que já presenciaram casos de violência sexual no bairro em que vivem e reconhecem a importância de ações educativas como essa. “Nós esperamos que com essas atividades, as crianças possam se alertar mais e também que os pais deem mais atenção aos seus filhos porque abuso sexual pode acontecer em qualquer lugar”, afirma Nayara.

A assistente social do Cras do Lamarão, Laiana Costa, explica que a parceria com a escola tem como objetivo orientar os estudantes. “Hoje, fizemos com os maiores, mas, em outro momento, faremos esse trabalho com os adolescentes mais novos também, e essa mesma ação já foi feita com os pais. O abuso sexual é um tema que, infelizmente, não fica antigo e lá no Cras, atendemos muitos casos relacionados a esse tema, tanto de meninas, quanto de meninos. E violências cometidas não só por adultos, mas também de crianças maiores contra crianças menores. Foi uma parceria que a escola solicitou e estamos mostrando para eles o que fazer caso essa violência ocorra com eles ou com alguém próximo”, conta. “Muita gente não denuncia com medo de se envolver, mas é importante haver a denuncia que pode ser feita pelo Disk 100 ou diretamente no Cras”, completa Laiana.

As parcerias realizadas na escola rendem frutos e ajudam a fortalecer a comunidade, “Acreditamos que sempre fica aquela sementinha plantada, que tudo que é debatido aqui, vai influenciar na vida deles sim. Aqui a escola é aberta para a comunidade e para todos os órgãos públicos que aqui se encontram. Cada uma tem se papel, mas, agregando um ao outro, conseguimos desenvolver um melhor trabalho pedagógico e social” finaliza a coordenadora Tanielly. No próximo mês, o Cras desenvolverá na escola atividades relacionadas ao Setembro Amarelo, que trata da prevenção ao suicídio.