Escola Jornalista Orlando Dantas estimula debate sobre religiosidade e cultura

Educação
17/08/2018 23h07

Discutir a diversidade religiosa é discutir, também, a possibilidade de convívio com a diferença. E foi a partir dessa perspectiva que a Escola Municipal de Ensino Fundamental Jornalista Orlando Dantas, no bairro Olaria, promoveu hoje, dia 17, mais uma ‘Feira das Religiões’. A atividade envolveu cerca de 320 estudantes, do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). De acordo com o coordenador Pedagógico da unidade, professor Anderson Tadeu, o objetivo foi estimular a reflexão na comunidade: alunos, mães, pais e profissionais que atuam na própria escola.

“O mês de agosto é o Mês do Folclore. Nesta segunda feira, o objetivo foi ajudá-los a enxergar a ligação entre a arte e o sagrado. Então, eles puderam conhecer mais as vestes folclóricas, a poesia, a música, o cinema. Inclusive, trabalhar os filmes sobre essa temática com os nossos alunos da EJA foi uma coisa espetacular”, relatou o professor. No pacote da discussão, outro tópico abordado foi homossexualidade e religião. “Este é um tema delicado, dentro e fora das escolas. E debater isso num contexto que faça sentido, estimulando à busca da tolerância, foi outra vitória desse projeto”, diz.

O envolvimento dos estudantes pode ser visto na exposição que contou, inclusive, com uma réplica do ‘Manto de Apresentação’, obra famosa do artista Arthur Bispo do Rosário. “Tivemos uma relação direta com a arte e o sagrado. E poder criar uma réplica que simboliza a arte de Arthur Bispo, um manto que ele fez por toda a sua vida, para que quando morresse chegasse aos céus, foi uma experiência incrível e, também, cansativa. E foi algo construtivo para o nosso aprendizado e entendimento. Nós demos o nosso máximo e em cada traço feito deixamos nossa contribuição”, avaliou a estudante Ana Beatriz Melo Santos, do 9º ano A.

Maria Vitória Ferreira, do 6º ano, também descreveu como aproveitou a feira. “O que eu ganhei com a minha experiência foi poder trabalhar em equipe com a minha turma. Também gostei de poder conhecer outras religiões que antes eu julgava sem nem sequer conhecer”, admitiu. A mãe de Vitória, Josinete Farias Ferreira, também conferiu a atividade de perto. “Achei tudo muito lindo, estão todos de parabéns, os alunos, os professores e os organizadores”, elogiou. Na primeira edição realizada em fevereiro desse ano, várias religiões foram tratadas de forma mais abrangente. Nesta, o candomblé foi representado de forma mais detalhada, das danças e cantos às roupas e divindades.

Para o diretor do Departamento de Educação Básica (DEM) da rede municipal de Aracaju, professor Manuel Prado, a atividade na Orlando Dantas cumpriu vários objetivos.  “Esse debate tem qualificado a relação entre os estudantes, entre os estudantes e trabalhadores, e isso tem ajudado no enfrentamento às várias formas de violência naquela comunidade. Demonstra também que é possível conviver com as formas distintas de se relacionar com Deus. E quando a escola acrescenta nesse debate a questão da orientação sexual e de gênero, isso ganha uma importância ainda maior, porque reúne três aspectos que são muito importante,  que estão conectados. E se não compete à escola apontar caminhos de crença, de orientação sexual ou de educação de gênero, compete à escola oportunizar espaços em que todos aprendam a respeitar as escolhas que cada um faça”, destacou.