Escolas da rede municipal ofertam reforço escolar durante as férias

Educação
06/09/2018 11h42

Nos últimos cinco anos, a rotina da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Otília de Araújo Macedo, localizada no bairro 18 do Forte, é ainda mais dinâmica no período das férias. O motivo é o reforço escolar que permite que a unidade – assim como outras 22 que integram a rede pública municipal de ensino de Aracaju – continue ofertando atividades de cunho pedagógico aos alunos. De acordo com a diretora da Emef Otília, professora Silvânia Nogueira, neste mês de setembro a expectativa é que 120 estudantes, de 7 a 14 anos, participem voluntariamente do reforço.  Para chamar esse público, a escola lança mão de brincadeiras, filmes, arte e jogos.

“São alunos cujos professores detectaram a necessidade de algum tipo de intervenção nos conteúdos de Português ou Matemática. E a gente aproveita para fazer isso, nesse período de recesso. Então, criei um projeto pensando exatamente no diferencial que confrontasse a rotina da sala de aula com a dinâmica dos jogos e que auxiliasse no aprendizado das crianças, visto que elas estão de férias e precisam de um atrativo para vir para a escola. E as dinâmicas empolgam e permitem que o ensinar torne-se mais interessante. Eles absorvem melhor os conteúdos quando usamos essas técnicas”, descreveu a diretora. 

Na Emef Bebé Tiúba, no bairro Luzia, o projeto ‘Reforço Legal’ também tem como objetivo melhorar o desempenho dos alunos. Nestas férias, 20 crianças permanecem na escolas por duas semanas, com uma meta específica: aprimorar a escrita e a leitura. “Fizemos uma triagem para identificar os alunos que apresentavam mais dificuldades nessas áreas. Fizemos o projeto com o nosso suporte pedagógico e definimos que o tempo seria dividido entre aulas expositivas, jogos e brincadeiras. A resposta está sendo muito positiva, porque eles continuam vindo e o tempo que estão na escola é, realmente, ocupado cada minuto”, explicou a diretora da unidade, professora Auridete Santana.

A pedagoga Paula Franca Lélis, que atua na Otília Araújo, descreve a experiência como gratificante.  “Tenho observado e sentido a necessidade desses alunos, principalmente dessa faixa etária, na qual encontramos uma certa carência. E, principalmente nesse período, que é um período de férias escolares, onde as crianças ficam com muito tempo livre, é uma oportunidade enriquecer o conhecimento e estimular o desenvolvimento não só intelectual, como também social de cada uma. E trabalhar estes aspectos de forma lúdica é muito bom para todos nós. A comunidade, realmente, tem reagido de maneira satisfatória, porque aumentou o número de alunos presentes desde o começo das aulas de reforço”, diz.

As crianças confirmam. Aluna da Bebé, Rayssa Mariane Farias, de 10, cursa o 3º ano do Ensino Fundamental. De acordo com ela, o reforço escolar está surtindo efeito. “Estou aprendendo a ler e a estudar. Está sendo muito bom”, afirmou. Júlia da Hora, 12 anos, cursa o 5º ano na Emef Otília Araújo. Após assistir ao documentário ‘Ilha das Flores’, ela disse que aprendeu mais que soletrar e escrever. “Estou aprendendo que devemos trabalhar em grupo para alcançar os objetivos”, afirmou. A estudante Maria Letícia de Jesus, de 9 anos, e que também frequenta o Otília concorda que a experiência está sendo agradável. “E muito legal aprender desse jeito, porque a gente aprende e se diverte ao mesmo tempo”, diz.

De acordo com o Departamento de Educação Básica (DEB) da Secretaria Municipal da Educação (Semed), cada escola é responsável por identificar os alunos com necessidades de reforço e planejar as atividades durante o período. É o que explica a coordenadora de Ensino Fundamental da rede, a professora Ana Débora Lima França. “Direcionamos esta ação para os alunos que estão com dificuldades de aprendizagem, sobretudo quanto à alfabetização. Essa medida visa atender a melhorar a aprendizagem dos alunos no desenvolvimento de competências em Leitura, Escrita e Matemática, contribuindo assim para o sucesso deles na trajetória escolar, de modo a evitar a retenção no final do ano letivo e assegurar, sobretudo, a aprendizagem”, destaca.