Jornalista sergipano lança livro no Centro Cultural de Aracaju

Cultura
14/09/2018 00h50

O Centro Cultural de Aracaju, unidade vinculada à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju), é um importante museu que guarda detalhes da rica história da capital. Lá é possível encontrar exposições temporárias e permanentes, mostras audiovisuais, oficinas, interpretações musicais, sessões de cinema, entre outros. Na noite da última quinta-feira, 13, o espaço de cultura e arte abriu as portas para o lançamento de um livro que conta uma parte da rica história de Sergipe, retratando a greve de jornalistas, radialistas e gráficos do estado.

O autor do livro-reportagem, o jornalista sergipano Henrique Maynart, comenta que o local para o lançamento foi uma escolha pensada devido a proximidade com o local da greve. “O Centro Cultural cumpre um papel importante como polo de rearticulação de ações culturais que eu entendo como importante em Aracaju. A praça General Valadão é o marco zero da cidade. Então, aqui é onde uma série de questões aconteciam. E também é o ponto mais próximo do coração do quartel general daquela greve, na rua Itabaianinha, número 261, que era a sede da Associação Sergipana de Imprensa e que hoje está em frangalhos”.

Intitulada ‘Nem copo de cachaça, nem prato de comida - a primeira greve dos comunicadores sergipanos’, a obra faz um relato de uma greve que os profissionais da comunicação paralisaram o campeonato sergipano de 1991, em busca de reajuste salarial que estava estagnado em uma época de inflação alta. A jornalista Niúra Belfort define a paralisação como um momento de união dos profissionais da área. “Foi um movimento lindo. Para mim ficou marcado não apenas como uma greve de radialistas e jornalistas, mas uma greve dos trabalhadores da comunicação que se juntaram por um objetivo comum”, destaca. 

Henrique Maynart explica o contexto histórico que o motivou a escrever o livro. “A escolha partiu da completa ausência de registro de uma atividade que é impensável para quem conhece um pouco do profissional da comunicação de Sergipe hoje. Como é que seria uma greve de comunicadores e como também há uma cultura do esquecimento que é muito forte por parte da categoria?”, questiona o autor do livro.

O jornalista e amigo de Henrique, Cristian Góes, destaca a importância do movimento que foi silenciado por mais de duas décadas. “Foi a primeira e única greve coletiva e conjunta de jornalistas, radialistas, gráficos da comunicação em Sergipe. Uma greve tão importante que foi apagada da memória das futuras gerações. Mas, essa obra veio para resgatar a trajetória de lutas dos trabalhadores e grandes profissionais de comunicação, que exercem suas funções até hoje”.

O presidente da Funcaju, Cassio Murilo, prestigia o jornalista e destaca a escolha do local para lançar o seu livro-reportagem. "A obra retrata uma época importante vivida pelos comunicadores de Sergipe. Fico muito feliz do Centro Cultural servir como palco para lançamentos de livros. Aqui é um espaço muito respeitado e útil para a cidade", afirma.