Usuária do Cras Maria Diná recebe mensão honrosa pela terceira colocação em Concurso Cultural da OAB Sergipe

Assistência Social e Cidadania
18/09/2018 14h08

“Quero um mundo onde as pessoas sejam mais conscientes”. Essas são palavras da Kauane dos Santos Feitosa, de 15 anos, usuária do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Maria Diná de Menezes, unidade da Secretaria Municipal da Assistência Social. Ela foi uma das medalhistas no III Concurso Cultural de Desenhos, Pinturas e Poesias da Ordem dos Advogados Brasileiros (OAB) Sergipe, que homenageou os trabalhos selecionados na manhã desta terça-feira, 18. Em sua obra artística, Kauane propôs que a sociedade seja mais justa, inclusiva e humana, e garantiu o terceiro lugar na modalidade desenho-pintura do concurso.

Uma cidade acessível e com pessoas educadas. Esse foi o desenho da Kauane, que representa muito mais que a beleza e a educação. “Na minha obra, fiz jovens ajudando os idosos a passarem nas faixas de pedestres, pessoas jogando lixo no lixo, uma cidade organizada e que inclui. Hoje estamos vivendo em um mundo muito difícil, então, eu quis retratar através da arte o que eu quero para o meu futuro”, conta a estudante do Ensino Fundamental.

De acordo com a Kauane, a sua participação no concurso foi graças aos incentivos e à parceria feita com os trabalhadores do Cras Maria Diná. “Eles estão sempre me incentivando. Me passaram o tema, nos explicaram e pediram que fizéssemos um desenho com base nos 28 anos do ECA. Fiz e eles me inscreveram. Quando soube, já tinha sido classificada. Fiquei muito feliz. Agora, vou treinar para no próximo ano alcançar o primeiro lugar”, complementa a vencedora da terceira colocação em sua categoria.

Segundo a psicóloga e técnica de referência do SCFV do Cras Maria Diná, Regyanne Rufino Alves, estimular as crianças, jovens e adolescentes a participarem de projetos e ações já faz parte dos trabalhos desenvolvidos pela instituição assistencial, por entender que essa busca pelo protagonismo é uma ferramenta que ajuda no desenvolvimento de cada usuário. “A gente sempre busca incentivar que os meninos e meninas se envolvam nesses projetos. A participação da Kauane aqui é um exemplo disso. Depois do concurso de desenhos promovido pela Assistência Social de Aracaju, no ano passado, onde tivemos três usuários premiados, os demais ficam super empolgados. Foi aí que começamos a propor que eles se inscrevessem neste concurso, porque essa é uma temática muito presente nas nossas discussões. Esse resultado, sem dúvidas, é muito bom para todos”.

Um dia de muita emoção para todos que acompanham o desenvolvimento de Kauane, principalmente, para a sua mãe, a doméstica Rosivânia dos Santos Feitosa. “Estou muito contente. É muito bom ver a minha filha recebendo essa homenagem. Gostaria de agradecer a Deus e às meninas do Cras pelo que estão fazendo por nós. Acredito muito que essa participação da Kauane no concurso faz com que ela lute cada vez mais pelos seus objetivos”, disse emocionada.

Concurso

Essa é a terceira edição do Concurso Cultural de Desenhos, Pinturas e Poesias, idealizado pela Comissão dos Direitos da Infância, Adolescência e Juventude da OAB/SE. Neste ano, o evento teve como tema “Os 28 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente: Olhar por meio da arte”. O concurso foi destinado aos estudantes de escolas públicas, do ensino fundamental e médio de todo o estado de Sergipe, como também às crianças e adolescentes inseridos em projetos de entidades do terceiro setor e da sociedade civil organizada. O certame foi divido em três categorias: crianças de 06 a 10 anos; crianças e adolescentes de 11 a 14 anos e adolescentes de 15 até 18 anos incompletos.

Para a presidente da Comissão de Infância, Adolescência e Juventude da OAB/SE, Glícia Salmeron, a promoção do concurso tem como objetivo dar espaço ao protagonismo dos participantes. “Esse protagonismo está no eixo do Terceiro Plano Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente, assim como no Estatuto da Criança e do Adolescente, quando se fala de escutar as crianças e adolescentes. Esse é um espaço em que se respeita muito esse direito, que não é só para tratar de violência e de riscos e, sim, para discutir sobre ações que estão relacionadas às boas práticas. Queremos com essa realização, que eles se sintam protagonistas nesse processo”, explica.