SMS promove conversa sobre cuidados de saúde com adolescentes de abrigos da Assistência

Saúde
20/09/2018 17h46

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social, iniciou o projeto “Adolescer e cuidado de saúde”, nesta quinta-feira, 20, com uma roda de conversa, realizada no Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps), no bairro Siqueira Campos.

O projeto reúne várias ações educativas de prevenção e promoção à saúde dos adolescentes abrigados nas unidades de acolhimento institucional de Aracaju e trata de diversos temas de interesse deste público jovem, com o objetivo de instituir um espaço regular de debates, socialização e informação de educação, prevenção, promoção à saúde, proteção integral para o alcance da autonomia e protagonismo juvenil.

“Este primeiro encontro foi com o tema redução de danos mais associado ao álcool e às drogas, com a responsável técnica pelo Programa de Redução de Danos, Daniele Ribeiro, e o psicólogo Wagner Mendonça, que é referência técnica em Saúde Mental da Rede de Atenção Primária (Reap). Mas vamos tratar de várias temáticas como Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids, violência na adolescência, prevenção da gravidez não planejada e sexualidade, por exemplo. Teremos dinâmicas musicais com o grupo Sons no SUS”, esclareceu a enfermeira Cerisa Ribeiro Bomfim, referência técnica (RT) dos Programas Saúde da Criança, do Adolescente e do Jovem da SMS.

As atividades ocorrerão no período de 20 de setembro a 6 de dezembro, quinzenalmente. “Iniciamos agora em setembro em alusão ao Dia do Adolescente, celebrado nessa sexta, 21. Serão sete rodas de conversa com os adolescentes e dois encontros com os cuidadores. Tentaremos fortalecer o vínculo entre adolescentes, cuidadores, família e sociedade”, reforçou a RT.

Redução de Danos

De acordo com Wagner Mendonça, a redução de danos é o conjunto de estratégias e ações que trabalha com comportamento de risco associado ao uso de drogas e à questão do comportamento sexual. “Mas conseguimos ampliar para questões que podemos usar na vida. Então hoje trabalhamos com metodologias ativas, trazendo o que os adolescentes já têm de conhecimento, e a partir disso construir reflexões para que eles possam avaliar outras situações que estejam por vir. Essa construção é importante, pois eles estão em um momento de mudança, seja de corpo, seja de deixar de ser criança e ser adulto, mas sem querer ter a responsabilidade de adulto”, informou.

Para Wagner, a adolescência por si só já é uma fase bem complexa e rica com todas estas mudanças. “E aqui estamos lidando com adolescentes que, por alguma situação, estão abrigados, tiveram outras situações de vulnerabilidade. A Saúde e a Assistência estão fazendo uma série de ações para que possam diminuir a vulnerabilidade destes jovens e também evitar que outros comportamentos de riscos possam acontecer”, frisou.

Conceito

Para a assistente social Márcia Martins, técnica do Programa do Adolescente da SMS, o conceito de adolescente é entendido como uma fase entre a infância e a idade adulta, que culmina com aquisição de características que preparará o indivíduo para assumir os papeis e deveres do adulto. “Deve ser entendida como um processo de maturação biopsicossocial que aborda aspectos gerais: biológicos, sociais, psicológicos e jurídicos. Estes fatores tornam os adolescentes vulneráveis a uma série de situações como transformações físicas, emocionais e biopsicossociais”, explicou.

Conforme Márcia, é importante que os adolescentes possam ter apoio neste momento de descoberta, para esclarecer dúvidas e mitos relacionados ao desenvolvimento e à maturação sexual, à violência; ao uso de álcool e outras drogas, e temas significativos para esta fase evolutiva. “O Brasil tem, atualmente, a maior população adolescente da história e, proporcionalmente, altas taxas de mortalidade. Mas nosso país conta com uma gama de marcos legais que asseguram medidas importantes para o cumprimento das ações de proteção e garantia dos direitos da criança e do adolescente, o mais conhecido é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é a Lei 8.069/90”, informou.

Nesta primeira roda de conversa, além de técnicos da SMS, como a enfermeira Ana Elisabete dos Santos Silva do Programa Saúde da Criança, do Adolescente e do Jovem, participaram adolescentes e cuidadores do Abrigo Caçula Barreto e da Casa Lar 3, ambos da Secretaria Municipal da Assistência Social.