Semed promove curso para cuidadoras de creches

Educação
26/09/2018 15h00

A rede pública municipal de ensino de Aracaju conta, atualmente, com mais de 250 cuidadoras que atuam nas creches da capital. São profissionais que realizam um trabalho essencial de apoio às professoras da educação infantil (a primeira etapa da Educação Básica). Para que estas educadoras estejam plenamente aptas para lidar diariamente com as crianças atendidas nas unidades, a Coordenadoria de Educação Infantil (Coeinf) da Secretaria Municipal da Educação (Semed) promove – durante esta semana - um curso de capacitação. O objetivo é fomentar o papel de cada educadora em proporcionar espaços de brincadeiras. Além das cuidadoras, coordenadoras pedagógicas participam das oficinas realizadas nas escolas municipais de Educação Infantil (Emeis) Berenice Campos, José Garcez e Júlio Prado Vasconcelos.

“Essa formação, em específico, vem no intuito de apresentar a perspectiva de criança que nós temos. A perspectiva é que no ambiente educacional da creche se proporcione momentos, espaços e relações importantes para que essa criança se desenvolva ao máximo. E, principalmente, como um ser de autonomia, um ser que vai sendo incentivado a tomar decisões, a fazer e pensar escolhas, a estar com outros em processos de interação. E daí, a partir dessas interações, essa criança vai desenvolver valores importantes para estar socialmente valorizando a si mesmo e ao outro numa relação respeitosa”, explicou a coordenadora de Educação Infantil da Semed, professora Núbia Lira. Todos os facilitadores do curso integram a equipe da Coeinf. 

A técnica pedagógica Valéria de Souza Resende falou do papel das cuidadoras. “É uma função essencial, pois, em alguns casos, essas funcionárias substituem as famílias. Elas se tornam alguém de referência para a criança. Então, com o amor, o carinho, o olhar, é uma profissional que não vai apenas limpar e dar comida, mas fazer com que essa crianças se sinta alguém dentro da creche”, descreveu. E isso não é nada fácil. “Elas têm desafios diários de saber quem é essa criança, que cada uma é um sujeito de direito, que merece ter fala, precisa sentir-se segura. E esse encontro também é para isso: ouvir as cuidadoras e permitir a troca de experiências” refletiu.

Contadora de história e técnica pedagógica, Coracy Schueler lembrou que a curso estimula um maior processo interativo das unidades e das pessoas. “Porque é preciso que aprendemos uns com os outros”, disse. “Se eu vou contar a história da princesa e do sapo, que tem uma bola de ouro, então, uso uma bola natalina e faço de conta que é de ouro. A gente brinca com aquele objeto e com ele conta a história toda, buscando coisas concretas que tragam um sentido para a infância. E vale lembrar que a infância não é só das crianças. O adulto guarda consigo uma infância, que pode ter sido negada, impedida de ser vivida. Então, quando a gente propõe uma cantoria, uma contação de história e essa busca é trazida de forma mais concreta, ela resgata a infância de todos que participam do processo”, analisou.

Rosângela Atanásio, que trabalha na Emei Dom Avelar Brandão Vilela, no bairro São Carlos, gostou da experiência. “Trabalhar com criança é certeza de novidade todo dia. Aprendo o tempo todo com elas. E o curso salienta a importância da paciência, da dedicação, até da forma como olhamos para os pequenos”, afirmou.
 
Anete Maria da Hora, que atua na Emei Dr. Fernando José Guedes Fontes, no bairro América, também avaliou a formação. “Amo trabalhar com criança. E é muito bom trazer de volta à memória o fato de que muitas das crianças que recebemos contam com a escola para receber carinho, seja na hora da alimentação, na hora do banho, na hora do descanso. É um trabalho que exige uma resposta afetiva positiva”, descreveu.