Assistência estimula a participação de crianças em oficinas socioeducativas

Assistência Social e Cidadania
11/10/2018 16h30

Uma fase para brincar, aprender, ser feliz e viver, assim deve ser a infância, a mais importante etapa na vida de um ser. A Prefeitura de Aracaju respeita muito essa estação da vida e, não apenas no mês em que se comemora o Dia das Crianças, mas durante todo o ano, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, são ofertadas ações, projetos e programas que contribuem nos processos de aprendizagem e desenvolvimento dos pequenos cidadãos aracajuanos, sempre buscando dar aos participantes oportunidades de vivenciar momentos mágicos e ricos em conhecimento.
 

As atividades são promovidas pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), um serviço da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (Suas), regulamentado pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS nº 109/2009), ordenado em 2013 através da Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social nº01/2013.

É por meio do SCFV que são promovidas oficinas destinadas às crianças atendidas pelos 16 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da capital sergipana. “As oficinas socioeducativas desenvolvidas pelos educadores sociais e pela equipe de referência, funcionam como atividades complementares. Além de fortalecer os vínculos da criança com as famílias e a comunidade, elas ainda possibilitam que os meninos e meninas tenham acesso a bens tão importantes da sociedade como os aspectos artísticos e esportivos”, destacou a diretoria da Proteção Social do Sistema Único de Assistência Social (Suas) de Aracaju, Inácia Brito.

Com caráter preventivo e proativo, as oficinas têm como objetivo trabalhar as capacidades e potencialidades dos usuários buscando transformá-los, no futuro, em pessoas autônomas. Além dessas finalidades, as atividades ajudam a retirar as crianças de possíveis situações de vulnerabilidade. “A Prefeitura entende que temos que proporcionar atividades lúdicas, esportivas, culturais acompanhadas por profissionais qualificados para com o desenvolvimento cognitivo das crianças. Esse também é o nosso papel, enquanto Assistência Social, e estamos cumprindo oferecendo serviços de qualidade aos nossos pequenos usuários”, pontuou a secretária da Assistência Social, Rosane Cunha.

Lápis de cor, papel, tintas e um toque especial, que vai depender de cada um: a criatividade. É assim que funciona a oficina de Desenho Artístico promovida pelo Cras Maria José Menezes Santos, no bairro Coqueiral. Atualmente, aproximadamente 20 crianças participam da oficina, que é apenas uma das sete ofertadas pela unidade da Assistência Social de Aracaju.

Juliana Santos Anastácio, de 11 anos, gosta mesmo é de aprender e aproveita as oportunidades oferecidas. Ela frequenta o Cras Coqueiral e tem o Ballet como a sua oficina preferida. “Quando o Ballet chegou, a tia veio me perguntar se eu queria participar. Eu já tinha muita vontade de fazer, sempre via passando na televisão, mas não sabia como. Quando ela veio, fui logo dizendo que queria”, relatou.

Outra pequena bailarina participante da oficina no mesmo Cras é a Emilly Kauany Neris dos Santos, de 10 anos. O que ela aprende, passa para as demais colegas. “Estudo pela tarde, antes de participar do Ballet ficava em casa sem ter nada o que fazer. Agora, venho para cá, aprendo e ainda chamo as minhas amigas quando tenho tempo para ensinar o que aprendo aqui”, conta.

A coordenadora do Cras Coqueiral, Vanessa Côrtes, explica que, além das oficinas, outros projetos são executados na unidade, a exemplo do “Entre Negros: capturando a autoestima”, que trabalha a autoestima das crianças, principalmente os meninos e meninas negras, e o “Somos o Futuro”, que tem como principal proposta apresentar aos participantes as mais diversas profissões, estimulando a escolha de uma no futuro e o protagonismo profissional desde cedo. “Precisamos focar nessa fase porque é uma importante etapa do desenvolvimento de todo mundo. Estamos sempre buscando oferecer ações lúdicas para contribuir na formação de um cidadão de bem, mostrando as diferentes possibilidades que eles veem cotidianamente”, afirmou. 

Vanessa complementa ainda que o aprendizado adquirido através das atividades do Cras reflete de uma maneira significativa em outras áreas de convivência dos meninos. “A participação em nossas atividades tem como um dos requisitos ter disciplina. Nós percebemos que essa disciplina é levada para outros campos como a escola e para as suas próprias casas. Eu noto que os meninos daqui, apesar de estarem em um ambiente muito estigmatizado, são bem comportados e a gente vem contribuindo para que eles permaneçam assim”, observou. 

No bairro 17 de Março, as oficinas mais procuradas são a de Percussão e Ballet. Para a psicóloga do Cras Maria Diná de Menezes, Regyanne Rufino, as oficinas têm mudado o olhar e as vidas de muitas crianças da localidade. "Estamos inserindo cidadania na vida dessas pessoas mudando a visão de mundo delas. Temos exemplos de meninos e meninas que, quando chegaram na oficina de Percussão, nem saibam do que se tratava a musicalização, hoje, são integrantes da Orquestra Jovem (projeto de musicalização desenvolvido pelo Governo de Sergipe em parceria com o Instituto Banese). Ficamos muito felizes com os resultados, com a felicidade estampada nos rostos dos meninos participantes e dos seus pais, que sempre estão aqui encantados”, ressaltou. 

O oficineiro de Percussão, Ton Toy, acredita que a participação dos pequenos proporciona uma formação continuada e os afasta de situações de riscos. “Essa formação artística transforma essas crianças, faz com que muitos reflitam sobre diversas questões e ainda ajuda a tirá-las de alguns perigos da vida”, pontuou.

Mãe Contente

Entre os pais satisfeitos com a promoção das oficinas pelos Cras, está a catadora de reciclagem, Regiane Santos, mãe da Ana Clara. A tranquilidade é o sentimento que ela tem ao sair para trabalhar e deixar a sua filha na unidade da Assistência Social, em uma das oficinas. “Eu me sinto mais feliz por saber que a Ana Clara fica por aqui enquanto estou no trabalho. Infelizmente, estamos vivendo em um mundo violento, onde algumas crianças com a mesma faixa etária da Ana estão envolvidas em situações não muito boas. Sendo assim, ver que ela está longe das ruas é algo que alivia. Agradeço a Deus e a todos que fazem parte do Cras”, frisou.