Saúde celebra Dia Mundial do Diabetes com atividades de alerta no Cemar Siqueira Campos

Saúde
14/11/2018 17h37

No Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta quarta-feira, 14, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do Programa da Saúde do Adulto e do Idoso, promoveu uma ação de alerta sobre a doença para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que compareceram ao Setor de Endocrinologia do Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar) Siqueira Campos.

Segundo a coordenadora do Programa da Saúde do Adulto e do Idoso, Patrícia Ribeiro Rocha, muitas vezes diabetes é uma doença invisível. “E o nosso objetivo é alertar a população em relação a esse grave problema de saúde pública, orientando sobre os sinais e sintomas, e com relação à promoção e controle dessa doença. Está comprovado cientificamente que a mudança no estilo de vida é uma prática fundamental para a promoção e o controle para evitar as complicações do diabetes. O grande pilar é a prática de atividades físicas junto com a alimentação saudável”, informou.

A atividade foi iniciada com o acolhimento musical do grupo “Sons no SUS”, onde algumas pessoas se animaram e dançaram. Depois houve uma palestra educativa com a enfermeira Elenalda Ferreira, que enfatizou a importância da alimentação saudável e de atividades físicas para o bem-estar dos pacientes. Também foi disponibilizado um lanche saudável para os pacientes, após uma sessão de alongamento com a fisioterapeuta Mylena Amaral.

Para a paciente Eraldina de Souza Cardoso, 49, que descobriu ser portadora da doença há dez anos, e desde então faz tratamento no Setor de Endocrinologia do Cemar, enfatizou a importância de ter um momento de descontração e educação como o realizado neste dia.  “É um dia importante para que as pessoas se atentem para esta doença, com música, dança, lanche e orientações o ambiente fica bem melhor, esquecemos até que estamos aqui para tratar a nossa doença. Eu mesma descobri sem querer, mas foi logo no início. Perdi peso, sigo todas as orientações dos profissionais daqui e até hoje não tive maiores intercorrências e não preciso nem usar insulina”, frisou.

O Setor de Endocrinologia do Cemar Siqueira Campos é referência no tratamento de diabetes em Sergipe. “Recebemos pacientes tanto da capital quanto do interior do estado para tratar os dois tipos de diabetes e neste dia as ações estão voltadas para conscientizar os pacientes em relação aos cuidados de prevenção de complicações da doença.  Aqui ofertamos as consultas, pois temos uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, médicos, psicólogos e nutricionistas, e também ofertamos os exames do pé diabético e aulas educativas com os pacientes”, explicou o enfermeiro André Luís Souza Reges.

A médica Carla Raquel Oliveira Simões, que é a referência técnica em Endocrinologia do Programa da SMS, ressaltou que o diabetes é considerado, atualmente, uma pandemia. “Nós temos hoje no Brasil cerca de 14 milhões de pessoas portadoras de diabetes e a expectativa é de chegarmos em 2040 com mais de 600 milhões de pacientes no mundo. Então estamos lutando nessa conscientização do diabetes como um problema de saúde pública e na prevenção do que pode ser prevenido”, destacou.

Conforme a endocrinologista a carga genética do diabetes não se consegue prevenir, mas a carga ambiental é o que se pode intervir. “Pois se trata do controle do peso. A população vem aumentando as taxas de sobrepeso e obesidade juntamente com a carga nutricional, pois aumentou muito a oferta de alimentos ruins, com alto índice de gordura e carboidratos, e os industrializados. Isso também piora a resistência insulínica, que é um dos pontos que leva ao diabetes. Também há o sedentarismo, pois a população trabalha cada vez mais para ter uma renda adequada e faz, cada vez menos, atividades físicas”, acrescentou.

Trabalho Permanente

Quando instalada e não tratada, a diabetes é uma doença que facilmente pode incapacitar os pacientes. “Ela tira muitas pessoas do trabalho, onera muito o nosso sistema, pois é a grande responsável pela cegueira e pelo enorme número de amputações de membros. Nosso trabalho é constante e permanente nas unidades de saúde. Este Dia Mundial é apenas para chamar a atenção da população para a prevenção e o cuidado dessa doença grave”, esclareceu a coordenadora do Programa da Saúde do Adulto e do Idoso.

De acordo com Patrícia, a SMS tem usado todas as ferramentas voltadas ao diabetes mellitus e à hipertensão arterial. “Acabamos de capacitar 207 profissionais de saúde, fizemos aula prática com avaliação do pé diabético e estamos já na terceira etapa, com o processo de matriciamento nas unidades básicas de saúde, onde estamos levando a cardiologista e a endocrinologista do Programa para discutir com as equipes de Saúde da Família casos de difícil manejo clínico. Na realidade, além de uma discussão técnica é uma regulação “in loco”. A SMS não tem medido esforços para tentar melhorar a qualidade de vida das pessoas”, completou.

A doença

Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, controla a quantidade de glicose no sangue. O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. O nível de glicose no sangue fica alto - a famosa hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

O diabetes tipo 1 é resultante da destruição autoimune das células produtoras de insulina. O diagnóstico desse tipo de diabetes acontece, em geral, durante a infância e a adolescência, mas pode também ocorrer em outras faixas etárias.

Já no diabetes tipo 2, o pâncreas produz insulina, mas há incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Esse tipo de diabetes é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias, sem hábitos saudáveis de alimentação, mas também pode ocorrer em jovens.