Ossos do Ofício inicia e reforça a sua ideologia de qualificação dos músicos sergipanos

Cultura
21/11/2018 18h01

A turma ainda nem está completa, talvez por ser o primeiro dia de encontro, mas os que ali permaneciam vieram com sede de aprender ou, para alguns, apenas se reciclar. Os olhares e ouvidos atentos já denunciavam o clima de ansiedade e empolgação. Assim iniciou nesta quarta-feira, 21, mais uma edição do projeto “Ossos do Ofício”, ação idealizada pela Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) com o intuito de qualificar estudantes e artistas sergipanos das diferentes linguagens artísticas. O evento acontece nos dias 21 e 22 de novembro, no Teatro João Costa do Centro Cultural da capital, localizado na Praça General Valadão.   

Em seu primeiro dia de capacitação voltada para os músicos instrumentistas, os participantes elogiaram bastante o projeto e o tema escolhido para esta edição, que foi ‘Composição e Improvisação Coletiva’, ministrada pelo renomado pianista italiano Stefano Cortese. “O professor trouxe uma experiência nova, uma forma de ver melhor sobre a improvisação e a composição. Ele foge um pouco das maneiras tradicionais que a gente ouve e trás uma experimentação da música contemporânea. A expectativa é que esta oficina traga frutos que a gente possa ampliar ainda mais o nosso vocabulário musical. Estou muito empolgado por estar participando”, declarou o saxofonista Roberto Brito. 

De acordo com o diretor de Arte e Cultura da Funcaju, Nino Karvan, esta é a última edição do Ossos do Ofício em 2018 e o resultado tem sido satisfatório, possibilitando, assim, continuidade do projeto no próximo ano. “Encerramos 2018 com chave de ouro, trazendo um grande instrumentista, maestro e inspirador, Stefano Cortese. A experiência está sendo fantástica porque as pessoas estão entrando na viagem dele e contribuindo cada um com a sua bagagem musical para, juntos, construírem uma linda história durante esses dois dias de oficina”. 

Para atender um público com larga experiência e de diferentes linguagens musicais, Stefano Cortese explicou que a melhor maneira de ensinar é através do seu repertório cultural. “O ensino vem das experiências com a música improvisada, com as comunidades de músicos que eu conheci melhor em Bolonha, Amsterdã, Barcelona e em outros lugares. Também a partir da estratégia da improvisação livre, que aprimorei  com o meu mestre Christian Lonceng, e através de um trabalho sobre os arquétipos da música”, detalhou ele.

Lucas Campelo, sanfoneiro com larga experiência na música, garantiu que, já no primeiro dia participando da oficina, deu para sentir a grande contribuição que o músico italiano está trazendo para uma evolução na bagagem dos artistas de Sergipe. “Esse momento é uma boa oportunidade da gente conviver com todo esse conteúdo que o Stefano veio para compartilhar. E, uma das características que eu percebi dele, é a generosidade do compartilhamento, orientando e, de fato, dando a possibilidade para a gente gerenciar e gerar conteúdos sobre o improviso na prática”, concluiu. 

Inscrições

Nesta última edição de 2018 do projeto ‘Ossos do Ofício’ foram ofertadas 18 vagas direcionadas para músicos iniciantes ou não iniciantes com capacidade de tocar de ouvido ou através da leitura de partituras, além de estudantes, profissionais e semi-profissionais. As inscrições já foram finalizadas e os interessados se inscreveram através do Mapa Cultural de Aracaju (http://mapa.cultura.aracaju.se.gov.br/).