Saúde trabalha de forma contínua na prevenção contra a Leishmaniose

Saúde
22/11/2018 15h45

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), trabalha durante todo o ano na prevenção de doenças transmitidas por animais, a exemplo da Leishmaniose Visceral, conhecida popularmente como Calazar.

As atividades realizadas pelos técnicos do CCZ para evitar a propagação da Leishmaniose são realizadas de acordo com os casos humanos positivos detectados. A coordenadora do CCZ, Marina Sena, explica como é realizado o trabalho da SMS. “Visitamos a casa da pessoa infectada, orientamos a família e delimitamos uma área de 500 metros para investigar porque o mosquito transmissor, o flebótomo, conhecido por mosquito palha, se prolifera em ambientes úmidos com material orgânico”, destacou.

A partir disso, são feitas ações através dos agentes de combate às endemias, como o manejo ambiental, com foco no trabalho de educação em saúde de casa em casa, vistoriando os quintais para ver se há material orgânico como folhagens, lixo e fezes de animais, por exemplo; o inquérito canino, que é a coleta de sangue dos cães suspeitos, depois é enviado ao laboratório do próprio CCZ para fazer o teste rápido; instalação de armadilhas luminosas para capturar o mosquito; e o controle químico, que é a borrifação, ou seja, aplicação de inseticida em áreas já identificadas.

Também existem ações educativas nas escolas em parceria com o Programa Saúde na Escola (PSE). Em agosto, por exemplo, foi realizada a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose com palestras em escolas, apresentação de vídeos educativos, entrega de materiais educativos, coleta de sangue em cães das áreas endêmicas e teste rápido nos bairros onde já tiveram casos de óbito pela Leishmaniose visceral humana.

Dados

Através de dados obtidos pela série histórica realizada pelo CCZ, dos últimos cinco anos, foi detectado que, no ano de 2013, houve 24 casos de Leishmaniose visceral humana e dois óbitos; em 2014, foram 33 casos e quatro mortes; em 2015, existiram 26 casos e três óbitos; em 2016, os casos foram 28 com quatro mortes. No ano passado, houve 28 casos e três óbitos.

Este ano, segundo os dados até a última quarta-feira, 21, foram registrados 14 casos e um óbito de um morador do bairro Cidade Nova. A partir das notificações, foram realizadas amostras para sorologia canina e também foram feitas 320 ações de borrifação em domicílio para controle do flebotomíneo.

“Graças às ações realizadas pela SMS, inclusive com as estratégias de combate ao Aedes aegypti que servem também para combater o mosquito palha, os números de 2018 foram bastante positivos em relação a 2017, pois caiu em 67% a ocorrência de óbitos e diminuíram em 50% os casos de leishmaniose visceral humana”, argumentou a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde (DVAS), Taise Cavalcante.

Os bairros onde mais aconteceram casos de Leishmaniose nos últimos 10 anos, segundo os dados do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram da Zona de Expansão e da zona Norte como os bairros Santos Dumont, Mosqueiro, Santa Maria, América, Siqueira Campos, Jardim Centenário e Olaria.

A doença

A Leishmaniose é uma doença parasitária causada pelo protozoário Leishmania chagasi, que atinge o interior das células do sistema imunológico e pode se manifestar de duas formas: a Leishmaniose Tegumentar ou Cutânea e a Leishmaniose Visceral ou Calazar, tipo mais grave da doença.

Segundo o supervisor do Programa Municipal de Controle da Leishmaniose, Wilson Oliveira dos Santos, esta é uma doença de notificação compulsória, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, anemia e quando não tratada pode evoluir para a morte. “A população de Aracaju deveria contribuir mais para a eliminação do mosquito, pois existem muitos quintais que as pessoas não limpam e são neles que os vetores se proliferam. Precisamos mais do apoio das pessoas”, ressaltou.