Atividades do Diálogo Popular promovem reflexão sobre a Consciência Negra

Agência Aracaju de Notícias
30/11/2018 18h04

Foi uma tarde de alegria, interação e reflexão sobre a Consciência Negra. Alunos do Centro de Saúde Adolescente (Caic) Ministro Geraldo Barreto Sobral e da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Maria da Glória Macêdo participaram nesta sexta-feira, 30, do ‘Diálogo Popular: Novembro Negro’, promovido pela Secretaria Municipal da Assistência Social, por meio do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Pedro Averan.
 
O evento ocorreu no palco da Rua de São João, localizado no bairro São Antonio. A comunidade também fez questão de participar da festa. Aos 75 anos de idade, dona Maria José dos Santos, uma das assistidas pelo Serviço de Convivência e fortalecimento de Vínculos do Cras Pedro Averan, demonstrava disposição e vitalidade. Ela não parava um minuto sequer. “Essa festa é uma benção. Eu amo dançar. Quando tem esse tipo de evento, eu fico ainda mais feliz. É um momento de distração, de interagir com minhas amigas do Cras, onde frequento há 30 anos”, contou. 
 
A programação da ação comunitária foi extensa, contou com grupos culturais e artísticos. O Descidão dos Quilombolas: Grupo Percussivo, a LBV Dança Afro e Grupo Percussivo, foram algumas das atrações. A estudante Laís Santos Gomes estuda no Caic Ministro Geraldo Barreto Sobral.  Ela e as amigas fizeram questão de pintar o rosto para o evento. “A gente teve essa ideia e foi bem legal. Estamos satisfeitas por participar do Novembro Negro, pois aprendemos também com as manifestações culturais. Quando a professora disse que a gente ia vir, a empolgação foi total”, falou. 
 
Segundo a coordenadora do Pedro Averan, Karla Santos Silva, esta é a segunda vez que o Cras promove o ‘Diálogo Popular: Novembro Negro’.  “É um evento que a gente mobiliza toda a comunidade com a intenção de passar uma mensagem em relação à consciência negra. Na verdade, nós já fazemos um trabalho de orientação no Pedro Averan, mas decidimos trazer algumas temáticas para serem abordadas de forma mais dinâmica e acessível aqui na rua São João”, explicou. 

De acordo com a educadora da Secretaria Municipal da Assistência Social e ativista da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Thatiana Meneses, o evento fecha as atividades que já vêm sendo realizadas dentro do Cras sobre a questão da Consciência Negra. “Levantar o debate sobre as questões raciais, sobre o racismo em si, é de extrema importância e conscientizar as pessoas sobre o Novembro Negro se faz necessário”, destacou. 
 
Satisfação

A tassytaô mãe Rita de Cássia, da Associação Luz do Oriente do bairro Industrial, estava bastante feliz por participar do evento. “A Prefeitura de Aracaju acertou ao realizar esse evento, pois aqui estão representantes de várias religiões e movimentos, procurando produzir para que a nossa cultura não morra. Nós negros somos importantes porque a terra é do negro. Nós somos resistência, somos afrodescendentes. Somos maioria e não minoria”, colocou. 
 
A secretária da Assistência Social, Rosane Cunha, ressaltou a importância de realizar essas ações junto à comunidade.  “Essa é mais uma atividade que a Prefeitura de Aracaju promove por meio dos Cras. Aqui na rua de São João, nesse lugar representativo da nossa capital, a gente nota a voz da comunidade, através da arte. Precisamos conscientizar e sensibilizar as pessoas para a importância de enfrentarmos o racismo a partir da infância. Aproveitamos também para melhorarmos cada vez mais o atendimento das nossas políticas públicas”, ressaltou.