Emef Professora Núbia Marques realiza formatura do Proerd

Educação
22/01/2019 23h32

A quadra do Clube do Banese, no bairro Atalaia, estava lotada na noite desta terça-feira, dia 22. O motivo era a formatura de 111 estudantes, matriculados na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Núbia Marques, localizada no bairro Coroa do Meio, que participaram do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) promovido pela Polícia Militar em escolas das redes pública e privada. Este é o terceiro ano que, em parceria com a Secretaria Municipal da Educação (Semed), o programa ocorre na unidade.

O diretor de Educação Básica da Secretaria, professor Manuel Alves do Prado Neto, acompanhou a cerimônia e elogiou o programa. “É uma ideia inspirada em um projeto norte-americano e que traz uma abordagem interessante para a sala de aula, no sentido de preparar meninos e meninas – em nossa rede o programa funciona em turmas do 5° e do 7° ano do Ensino Fundamental – a tomar decisões relacionadas a temas complexos, como a violência e o uso de substâncias que causam dependência”, avaliou.

De acordo com a diretora da escola, professora Rogéria Barbosa, a procura pelo programa – que é composto de dez encontros – é alta. “Desde a primeira edição, a resposta que recebemos da comunidade  – pais, educadores e os próprios alunos – é muito positiva. As crianças que frequentam a escola ficam ansiosos para participar”, descreveu. A professora do 5° ano A, Larissa Freitas de Silveira Brasil, apoia a iniciativa e falou do impacto na classe que comanda. “Eles levam ao programa as dúvidas que têm, daí, com a ajuda dos instrutores, confrontam o cotidiano com os temas abordados. E tudo isso é feito de maneira lúdica, reforçando de forma proativa a capacidade que cada um tem de decidir”, destacou.

Mudanças

Desinibida e confiante, Lara Pryzeis, de dez anos, fala o que achou da experiência. “Eu sou muito mandona. Quando fiz o Proerd aprendi que posso ser autoconfiante, ser extrovertida, mas sem causar conflito com as pessoas com as quais convivo diariamente. Eu gostei muito de participar do curso”, disse. Para Antony Cauã Marques Melo, de 11 anos, cuja redação sobre o programa foi uma das premiadas na cerimônia de formatura, o que aprendeu foi motivo de mudança. “Do meio do ano passado para cá aprendi muitas lições sobre como evitar conflitos, respeitar o próximo, saber quem é boa ou má companhia, pensar antes de agir. Tudo isso vai me ajudar muito”, afirmou.

Mãe de uma participante do Proerd no Núbia, a dona de casa Elisângela Santos Ribeiro também aprovou a atividade na escola. “A Larissa já sabia da existência do programa e queria participar. Como vivemos em uma comunidade violenta, achei ótimo, pois é uma forma de reforçar, na escola, a educação que ela já recebe em casa, onde sempre falamos sobre a importância das amizades e de não esconder as coisas dos pais. Tudo que coopera para o bem da gente deve ser apoiado”, ressaltou.

Ferramenta

As aulas no Núbia foram ministradas pelos cabos Alex Barreto e Gilberto Pereira. Cada um cuidou de duas turmas. Para ambos a experiência é enriquecedora. “Nossa intenção é levar informação à criança porque, infelizmente, chega cada vez mais cedo a elas situações que as colocam em risco, inclusive contato com drogas. E essa faixa etária, de 10 e 11 anos, já tem discernimento sobre o que fazer, mas, claro, que há a influência dos outros. Então, nós ajudamos a fortalecer conceitos que os ajude a resistir a maus conselhos”, descreveu Pereira.

“O Proerd é uma das ferramentas da estratégia de proximidade que a polícia estabelece diante da sociedade. No caso específico de cada comunidade, além da atuação ostensiva e repressiva que é feita, também desenvolvemos o viés preventivo através do Proerd e de outros trabalhos da polícia em conjunto com a comunidade. A intenção é fazer com que a população enxergue, no policial, um amigo e não um adversário ou inimigo. E dessa forma, no caso do Proerd, procuramos já desde a mais tenra idade fazer com que essa comunicação se torne possível e desejada”, destacou o cabo Barreto.