Prefeitura realiza atualização de notificação sobre violência interpessoal

Saúde
06/02/2019 18h22

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizou uma atualização sobre a notificação de violência interpessoal/autoprovocada e o fluxo de atendimento às pessoas em situação de violência. A atividade foi voltada  aos profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde (UBS) João Oliveira Sobral, no bairro Santos Dumont.

Realizada pela Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva), esta ação está sendo realizada em várias unidades de saúde com o objetivo de mostrar a grande relevância da notificação para o enfrentamento e a prevenção da violência, no caso a interpessoal/autoprovocada, que é a tentativa de suicídio e a automutilação.

“A partir da notificação de violência é possível nós traçarmos o diagnóstico daquela violência e o impacto que causa em determinada população. Então conseguimos traçar a magnitude da violência, o perfil, quais são os bairros que mais acontece, qual é a faixa etária e qual é o principal agressor para, a partir disso, criarmos as políticas públicas para trabalharmos com o tema e ajudar a diminuir as ocorrências”, explicou a coordenadora do Nupeva, Lidiane Gonçalves.

De acordo com dados do Nupeva, os bairros com mais registros de violência são os bairros Santa Maria, Santos Dumont, São Conrado e Farolândia - localidades onde a SMS também está reforçando a atualização.

Importância da notificação

“É importante frisar que existem muitas subnotificações em outros bairros, não significa que não acontece, mas a importância mesmo da notificação é ser um instrumento disparador do cuidado, por trás dessa notificação de violência existe uma pessoa que precisa de cuidado. Então é inserir este usuário na rede para ter os atendimentos necessários e, além disso, ter uma estatística”, completou Lidiane.

Ainda segundo a coordenadora, a partir do momento que o profissional de saúde faz uma notificação de violência, isso demonstra que o problema passou a ter visibilidade. “Faz-se a articulação intersetorial, organiza-se os serviços para o atendimento à pessoa em situação de violência, tenta fortalecer a rede de atendimento, que é integrada a outros órgãos públicos municipais e estaduais, e tenta dar a garantia de direito e cidadania. “É importante o profissional de saúde acolher e escutar a pessoa em situação de violência porque, além de ser parte do seu serviço, é um ato de cidadania e valorização do próximo também”, pontuou Lidiane.

A fisioterapeuta do Núcleo Ampliado à Saúde da Família (Nasf) da 8ª Região de Saúde, Andreza Vilela, que participou do encontro na UBS, ressaltou a importância do profissional ter o conhecimento de fazer a notificação. 

“Porque muitas vezes, por exemplo, o agente de saúde pensa que a obrigação de preencher a ficha de notificação é do enfermeiro ou do assistente social, mas ficou esclarecido que a obrigação de preencher é de quem atende o usuário, seja qual for a categoria profissional. E é importante fazer, tanto para os dados estatísticos como para ter ações voltados ao assunto naquele local, onde houve muitas notificações”, opinou.