Cultivando Cidadania: mulheres são as responsáveis por cultivar uma das hortas do projeto

Assistência Social e Cidadania
08/03/2019 18h35

Um espaço de cuidar, distribuição de amor e, acima de tudo, muita dedicação. É assim que as sete mulheres responsáveis por cuidar da horta do projeto ‘Cultivando Cidadania’, da Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju, definem o espaço, que já está repleto de sementes em fase de germinação, lindas hortaliças e muitos canteiros prontos para serem preenchidos. Lizandra, Maria Helena, Silvana, Edvânia, Edjane e Maria Luíza se dedicam, todos os dias, para deixar a horta, que fica instalada em uma Unidade de Saúde Irma Caridade, no povoado Aloque, cada vez mais produtiva e repleta de opção.

Na teoria, as participantes do projeto deveriam comparecer ao terreno onde a horta foi montada pelo menos duas vezes na semana. Porém, na prática, o que acontece não é exatamente isso. Por amor ao projeto e, também, pelo carinho que umas sentem pelas outras, de segunda a sexta-feira elas se reúnem, sempre à tarde, para plantar, colher, regar, limpar e apreciar os belos produtos totalmente orgânicos, resultados de muito trabalho em equipe.

Para a dona de casa Edjane Cardoso, a sua participação vem agregando muito para sua vida. “Eu costumo dizer que aqui é uma terapia. Todas chegam com vários problemas, mas a gente desconta o estresse do dia a dia na enxada. Temos aprendido muito, não apenas sobre as técnicas da plantação orgânica, mas também a se valorizar enquanto mulher, a respeitar o espaço do outro, a valorizar ainda mais a família. Além da minha mãe, minha irmã também participa da plantação. Algo que pude perceber que melhoramos muito foi a aproximação, antes eu não tinha muita paciência para conversar, brigávamos muito. Hoje, tudo melhorou”, destacou.

Uma oportunidade para mostrar que o lugar de mulher é onde ela quiser estar. É assim que a Edjane define a sua participação no projeto. “Muita gente ainda diz que este trabalho é coisa de homem. Mas, faço questão de dizer que nós mulheres também podemos fazer um bom trabalho em uma plantação. Aqui, por exemplo, temos jenipapo, coentro, cebola e vários outros produtos. Tudo plantado e colhido por nós, mulheres que gostam do que faz”, complementou.

Para a secretária municipal da Assistência Social, Rosane Cunha, ter uma horta planejada exclusivamente por mulheres é algo muito bom. “Uma das propostas do Cultivando é justamente a de fazer com que os nossos usuários sejam conscientizados sobre a importância da plantação orgânica. O que fazemos para que isso aconteça é exatamente colocá-los na prática. No Aloque, temos várias mulheres guerreiras, mães de famílias, que, certamente, vão aprender muito sobre a plantação orgânica e os seus benefícios e passar tudo isso para os seus filhos e demais membros das suas famílias. Estamos muito felizes em poder proporcionar momentos de muito aprendizado, fortalecimento de vínculos e de conscientização sobre algo tão importante para a saúde, que é essencial em nossas vidas”, destacou.

A aposentada Maria Helena conta, emocionada, o quanto é feliz fazendo parte da equipe do projeto no bairro Aloque. Ela é conhecida pela turma como a “mãe do projeto”. “Acredito que o apelido veio através do carinho, consideração e respeito que todas têm por mim. Sinto-me muito gratificada com tudo isso e agradeço a Deus, todos os dias, por ele ter colocado mulheres tão guerreiras, fortes e que têm muita vontade de trabalhar. Venho aprendendo muito. Tenho certeza que estarei cuidando da nossa horta, por muito tempo”, ressaltou.

Através do projeto ‘Cultivando Cidadania’, vencedor do ‘Prêmio Progredir’, promovido pelo antigo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), as usuárias dos serviços das Políticas Públicas de Assistência Social aprendem, na prática, sobre técnicas de plantio, colheita e venda de produtos sem agrotóxicos. “É uma oportunidade incrível. Aqui é um lugar de parceria mesmo, onde uma ajuda a outra, uma compartilha os problemas com a outra e que tentamos encontrar as soluções juntas. Quando cheguei, não sabia nem como pegar no cabo da enxada. Hoje, consigo plantar, replantar, colher. Estou muito feliz”, contou Lizandra Nascimento.