Prefeitura inicia projeto para controle da esquistossomose nas unidades de saúde

Saúde
20/03/2019 18h54

A Secretaria Municipal da Saúde (SM), vinculada à Prefeitura Municipal de Aracaju, está desenvolvendo uma ação intersetorial das unidades de saúde, com o objetivo de combater a esquistossomose.

O projeto 'Aracaju sem Esquistossomose' iniciou no último dia 11 de março, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Pref. Celso Augusto Daniel, no bairro Santa Maria, onde já foram coletadas 1.447 amostras para exames e, destes, 28 deram positivo para a doença. A ação acontece numa parceria entre o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e a Rede de Atenção Primária (Reap).

Embora o trabalho de combate aos vetores de doenças transmitidas por animais acontecesse durante todo o ano, através do trabalho feito de casa em casa, pelo Programa Municipal de Controle da Esquistossomose (PMCE), os técnicos do CCZ perceberam a necessidade de realizar uma ação maior.

“Agora, através do projeto, o trabalho é realizado junto com a Atenção Básica, dentro das UBS. Nossos técnicos fazem a educação em saúde, entregam os coletores para fazer o exame parasitológico de fezes e as amostras são encaminhadas para o CCZ para análise. Quando dá positivo, entramos em contato com o agente de saúde responsável pela área do paciente e a pessoa é tratada na própria unidade com um medicamento de dose única”, informou a coordenadora do CCZ, Marina Sena.

Ainda de acordo com a coordenadora, o projeto continuará acontecendo mensalmente em cada UBS e, dependendo da demanda, pode ser prorrogado.

A doença

A esquistossomose é uma doença parasitária causada pelo Schistosoma mansoni. Inicialmente, a doença é assintomática, mas pode evoluir e causar graves problemas de saúde crônicos, podendo haver internação ou levar à morte. No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”.

A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores da esquistossomose. A maioria dos ovos do parasita se prende nos tecidos do corpo humano e a reação do organismo a eles pode causar grandes danos à saúde.

“É uma doença que mata, debilita o ser humano, compromete o fígado e o baço. Mas pode ser prevenida. Por esta razão, fizemos o projeto para trazer um novo olhar tanto para a população como para as UBS, porque fazemos o trabalho preventivo com educação e a oferta do exame parasitológico e a unidade faz o tratamento dos casos positivos. Porque o nosso foco não é só o paciente, mas também o meio ambiente, pois a doença está diretamente ligada à contaminação das águas com caramujo”, esclareceu o supervisor do PMCE, José Chagas Sobrinho.