A Prefeitura Municipal de Aracaju, através do trabalho de qualificação profissional desenvolvido pela Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), deu início às aulas de nove turmas do curso de Informática Básica e Informática para Melhor Idade em vários bairros da cidade de Aracaju. As capacitações fazem parte das 420 vagas divulgadas pelo prefeito Edvaldo Nogueira na inauguração da nova sede da Fundação. Ao todo, são 90 alunos, entre jovens e idosos, que iniciaram a capacitação em informática nas Unidades de Qualificação Profissional (UQPs), espalhadas nos bairros da capital.
Um dos cursos mais requisitados para aqueles que almejam ingressar ao mercado de trabalho, a capacitação em informática é essencial para a composição de um bom currículo profissional. Na hora de começar o curso, a alegria no rosto de cada componente foi a marca registrada das turmas, que ao longo de treze dias adquirirão conhecimento e técnicas ligadas à área. com a possibilidade de aplicá-las ao campo profissional. Ao finalizar a capacitação, cada aluno obterá o certificado de 100 horas - para Informática Básica - e de 60 horas para Informática para Melhor Idade.
Para garantir a eficácia na qualificação das turmas, a Fundat possibilita que todas aulas aconteçam em laboratórios, dispondo dos melhores equipamentos, ambiente climatizado e os profissionais adequados para cada público. No caso da turma de Informática para Melhor Idade, a professora Eloá Alves, de 30 anos, possui uma metodologia segmentada para esse público que precisa de uma maior atenção. "Eu já trabalho há muitos anos com idosos, comecei ensinando eles a mexer no celular, e com essa experiência aprendi algumas técnicas que os auxiliam a aprenderem o conteúdo gradualmente. Trabalhar com esse público é muito bom, eles são empenhados, dedicados, já tem uma história de vida grande, e nem sempre em casa encontram uma pessoa com paciência para ensinar", explicou a professora, que ressaltou a importância da Prefeitura ofertar esse tipo de curso para que as pessoas da terceira idade evoluam junto com a comunidade.
Vinte idosos estão matriculados nas duas turmas de Informática para Melhor Idade, com 20 histórias de vida totalmente diferentes. Uns ainda estão à procura de emprego, como é o caso do aluno Beníodo Santos, de 55 anos. Com as dificuldades que ele encontrou para ser selecionado pelas empresas contratantes por conta dos pré-requisitos exigidos, Beníodo decidiu se inscrever no curso. "Como a tecnologia está avançada, temos que nos aperfeiçoar e evoluir, quanto mais evoluímos mais aprendemos e tudo aquilo que estou aprendendo aqui, vou levar para onde eu for", concluiu.
Há também os que estão em busca da independência para lidar com as novas tecnologias. A dona de casa Edvalda Ferreira, 61, mora com o filho e o que motivou a participar do curso foi o desejo de não mais depender dele para manusear o computador. "A gente chega em uma certa idade e não quer mais ficar pedindo favor, com o que irei aprender aqui vou poder marcar minhas consultas médicas, pesquisar, fazer transações bancárias, sem precisar de uma pessoa para ensinar", contou Edvalda.
Juventude
Dos noventa alunos, setenta são jovens que também quiseram dar "o ponta pé inicial" na carreira com o aprendizado em informática. Alguns já têm noção de programas que fazem parte da grade do curso, porém, no momento do processo seletivo para ocupar uma vaga de emprego, o que mais vale é a experiência na área. Com isso, os estudantes Alan Cristian, 18, e Hellen Paulino, 21, mesmo sabendo mexer no computador, resolveram se inscrever no curso. "Já tinha experiência, mas não tenho nada que comprove, por isso vim fazer o curso, porque quando eu for procurar meu primeiro emprego e mostrar meu certificado, eles saberão que realmente eu sei manusear no computador", disse Alan.
A situação de Hellen é diferente. Ela perdeu oportunidades de emprego por não ter a experiência comprovada. "Já tem um bom tempo que estou procurando a capacitação em Informática Básica, porque mesmo tendo o computador em casa, nunca fiz um curso e já perdi algumas oportunidades de trabalho por não ter a qualificação", finalizou confiante a estudante.
