Alunos da Fundat são capacitados no curso de Libras Básico

Formação para o Trabalho
01/04/2019 17h43

No dia 24 de abril será comemorado o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais. A data foi instituída como uma forma de reforçar a importância da Libras, principalmente, para os cidadãos que possuem deficiência auditiva. Sempre atenta às necessidades da população aracajuana, a Prefeitura Municipal de Aracaju, por meio da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) oferta mais uma capacitação, pertencente ao eixo de Desenvolvimento Educacional e Social: o curso de Libras Básico. Vinte e cinco alunos fazem parte da turma que está sendo ministrada no Centro da Juventude, localizada no bairro Farolândia.

No Brasil, aproximadamente cinco milhões de pessoas utilizam a Língua Brasileira de Sinais, e os alunos da turma do Centro da Juventude serão inclusos nesse número, que tende a crescer ainda mais nos próximos anos. A Prefeitura de Aracaju também possui como meta incluir os cidadãos surdos no mercado de trabalho, tendo como objetivo a independência profissional desse público. Na Fundat, entre os anos de 2017 e 2018, 1.059 pessoas com deficiência foram encaminhadas ao mercado de trabalho, entre elas, deficientes auditivos.

Cada aluno do curso de Libras Básico terá 120 horas de capacitação comprovadas no certificado, iniciando uma experiência com a nova língua. De acordo com a instrutora da turma, Brygida Ribeiro, 35, com o curso, eles ainda não podem trabalhar como profissional, mas já é a primeira etapa para quem desejar se aprofundar na área. “Aqui, eles aprenderão o alfabeto, sinalização, dialogo, saudações, cumprimento, a diferenciação dos verbos em português, pontos de articulação em libras, configuração de mãos, expressão facial e corporal”, pontuou a professora, feliz com a interação da turma.

Inclusão Social

Segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2010, o país tem 9,7 milhões de cidadãos com algum tipo de deficiência auditiva. Com as habilidades adquiridas nas aulas, os estudantes poderão contribuir com comunicação entre surdos e ouvintes, surdos e surdos, surdos e surdos-cegos e ouvintes. Esse já é o desejo de um dos membros da turma, Edvaldo Cabral, de 21 anos. Ele pretende trabalhar na transmissão da comunicação na área da educação e inclusão social com surdos. “Comecei a graduação de Filosofia e peguei um pouco da grade de Libras, quando vi que o curso estava disponível para matrícula [na Fundat], decidi logo fazer. Eu já conversava com os professores sobre esse desejo de ajudar o outro com a educação”, finalizou o estudante.

No primeiro dia de aula, os alunos também foram batizados com o recebimento de um sinal que representaria o nome de cada um. Essa é uma tradição da cultura surda. O sinal deve ser dado por um surdo, e no caso da turma de Libras, quem batizou foi o instrutor Cleberson Souza. A aluna Alinne Gomes, 19, recebeu o sinal e achou muito estratégico. “Eu achei muito característico. Para montar o meu sinal, ele pegou um sinal que tenho na testa, achei bem fácil e legal”. Ela ficou sabendo do curso através de um jornal televisivo, e correu para garantir a vaga. Agora, ela faz parte da turma de Libras Básico, principal forma de comunicação para boa parte dos cidadãos surdos no país.