Mapeamento de áreas de risco otimiza trabalho da Defesa Civil

Defesa Social e Cidadania
02/04/2019 09h19

O trabalho preventivo, especialmente para o período das chuvas, ocorre de forma permanente. Para garantir maior eficiência às estratégias empregadas, vem sendo aprimorado um mapa de suscetibilidade aos risco de inundação, escorregamento de terra e enxurrada na capital. A ação é desenvolvida pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec). A coleta dos dados é realizada pela Defesa Civil, com o auxílio de aparatos tecnológicos e a partir de busca em campo, para refinamento das informações.

De acordo com o secretário municipal da Defesa Social e da Cidadania, Luís Fernando Almeida, cada bairro apresenta peculiaridades geográficas que fazem diferir o tipo e intensidade do risco. "Nosso levantamento leva em consideração, especialmente, as áreas, dentro de cada bairro, que podem estar vulneráveis a ocorrências de escorregamento, inundação e enxurrada, sendo que mais de um tipo de risco pode ser identificado em um mesmo bairro. O trabalho é desenvolvido constantemente, no sentido de manter os dados atualizados, de forma que possam auxiliar nas estratégias preventivas, especialmente para o período chuvoso", indicou.

As localidades, em Aracaju, onde estão o maior número de áreas com risco são Porto D'antas, Cidade Nova e Japãozinho. Somente no Porto D'antas são 26 áreas, sendo 23 com risco para escorregamento, três para inundação e sete para enxurrada. Já no bairro Cidade Nova foram contabilizadas 21 áreas, no total, todas com risco para escorregamento. O mesmo tipo de risco está pontuado para o Japãozinho, sendo 20 áreas suscetíveis. Nessas três localidades, a Defesa Civil identificou, ainda, o maior número de solicitações para vistoria.

A geóloga Luísa Franco explica as características dos riscos detectados. "O escorregamento é caracterizado por um fenômeno geológico de desprendimento e transporte do solo encosta abaixo, gerados pela ação da gravidade, podendo ser induzidos pelas atividades antrópicas, ou seja, decorrente da atividade humana. Já a enxurrada é o escoamento superficial, com alta energia, das águas pluviais, ocasionando o transporte direcionado para determinada porção da encosta, devido à topografia do morro", explicou.

O mapeamento passa por um processo de detalhamento e ampliação, conforme explica o coordenador da Defesa Civil, major Sílvio Prado. "Estabelecemos um grau de prioridade qualitativo. Classificamos os riscos como baixo, médio, alto e muito alto. A partir disso, desenvolvemos um monitoramento mais focalizado, ou seja, com prioridade para as áreas de risco alto e muito alto, proporcionando a otimização dos serviços e contemplando as comunidades mais vulneráveis", pontuou.

Prevenção

O mapeamento de áreas de risco é utilizado, dentre outras finalidades, para definir as áreas prioritárias para o monitoramento diante das chuvas. Todas as regiões são contempladas, porém, as que estão classificadas com maior risco recebem atenção intensificada com a presença estratégica dos agentes da Defesa Civil.

Segundo o secretário da Defesa Social, Luís Fernando Almeida, essa é uma medida que permite a redução do tempo resposta diante de uma necessidade. "Diante de chuvas mais intensas, nos mantemos em atenção às demandas que possam surgir, e isso implica estar o mais próximo possível das áreas que podem ser afetadas, no sentido de reduzir tempo resposta e minimizar os transtornos para a população", reforçou.

Em parceria com a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), são desenvolvidas diversas ações em caráter preventivo, nas áreas de risco. Entre essas ações estão a limpeza e manutenção de canais, córregos, valões, desobstrução e desentupimento dos sistemas pluviais e de esgoto.

Além disso, o diálogo com as comunidades vem sendo ampliado com a formação de Núcleos de Defesa Civil da Comunidade (Nudecs). Esses grupos são capacitados pela Defesa Civil para atuar, voluntariamente, como parceiros do órgão. Os membros dos Nudecs tornam-se multiplicadores de informações pertinentes aos processos de prevenção e mantém comunicação direta com a Defesa Civil para comunicação de riscos, o que agiliza as ações preventivas.

Metodologia

O mapeamento é iniciado com a coleta de informações no escritório, através de softwares de geoprocessamento, acerca da região a ser mapeada. São formadas informações sobre a elevação do terreno no local, a inclinação e declividade das encostas e os históricos referentes a essa região.

A principal ferramenta que está sendo utilizada para fazer esse mapeamento é um modelo digital do terreno da cidade, que é gerado a partir de um mapa de curvas de nível. Além da utilização de um drone, que otimiza o trabalho de mapeamento. "A maioria das áreas com risco alto e muito alto são de difícil acesso, então o drone otimiza o trabalho e torna mais seguro para os profissionais, que antes precisavam acessar essas regiões a pé, por não haver passagem para a viatura", indicou.

Ainda de acordo com o coordenador, a partir desse mapeamento aéreo é possível quantificar o número de casas e estimativa de pessoas que estão nessas áreas de risco. "Esses dados colaboram de forma significava para o trabalho de assistência e resposta, diante de possíveis situações adversas", concluiu.

Número emergencial 199

O serviço emergencial 199 funciona 24 horas por dia, e pode ser acionado diante de situações de risco de desabamento, deslizamento de terra, inclinação de árvores e postes ou rachaduras. Além disso, o serviço de alerta por SMS 40199,da Defesa Civil de Aracaju emite alertas mediante o cadastro feito pelo celular. Para habilitar o aparelho a receber as informações basta enviar um SMS para o número 40199, e colocar no corpo do texto o CEP da residência ou do local sobre o qual deseje receber as informações.