Quase 130 mil usuários são beneficiados com serviços ofertados pelos Cras de Aracaju

Assistência Social e Cidadania
04/04/2019 17h43

Atualmente, a capital sergipana conta com 16 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que são administrados pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Assistência Social.  As unidades da Assistência ofertam uma série de programas, ações e projetos destinados aos cidadãos aracajuanos que são usuários do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Em 2018, quase 130 mil pessoas foram atendidas pelos serviços, que vão desde a inscrição para programas do Governo Federal até o acompanhamento individualizado de famílias, com a proposta de prevenir situações de violações de direitos.

Entre os serviços estão o de Atendimento Integral à Família (Paif) e o de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Ambos, voltados à população que vive em situação de vulnerabilidade social, consequência da pobreza, privação, ausência de renda, acesso precário ou nulo aos serviços públicos e de fragilização de vínculos afetivos, discriminações etárias, étnico-raciais, de gênero ou por deficiência, entre outras.

Por meio do Paif e do SCFV são promovidas rodas de conversas, cursos, oficinas, acesso aos serviços socioassistenciais para as famílias que se encontram em situação de extrema pobreza, projetos e diversas ações, que tem como objetivo empoderar os usuários das Políticas Públicas de Assistência Social e apresentar as diversas possibilidades de superação da violação de direitos.

Segundo a diretora da Proteção Social da Assistência Social de Aracaju, Inácia Brito, a função social do Cras vai além da inserção dos usuários em programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Para Inácia, funciona, na verdade, como uma ferramenta de transformação de vida. “O Cras é uma unidade da Política Pública e do Sistema Único de Assistência Social que executa serviços que buscam prevenir os riscos de vulnerabilidade social e promover o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Todo o trabalho desenvolvido tem como perspectiva garantir a proteção social para as famílias que estão inseridas nos territórios de abrangência dos Centros de Referência. Junto com os Cras, temos uma rede de proteção que atua com a proposta de fazer com que os usuários tenham acesso aos seus direitos e procurem superar as situações de vulnerabilidade social”, disse

A cobertura socioassistencial de Aracaju, comparado-se com outras capitais do Nordeste, como Salvador, é considerada ampla. Com uma população estimada em quase 650 mil habitantes, de acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, a capital de Sergipe conta com 16 Cras. A capital baiana, Salvador, que segundo o IBGE tem aproximadamente três milhões de habitantes, possuí um total de 29 Centros de Referência. Se dividido por indivíduo, Aracaju conta com um Cras para cada 40 mil habitantes. Já Salvador, o total é de mais de 100 mil habitantes para cada Centro de Referência.

Para Inácia, os dados representam que a gestão municipal tem priorizado as políticas públicas, principalmente aquelas que atendem as pessoas que mais precisam. “Os dados estão aí para comprovar que, realmente, damos uma importância muito grande para política pública da Assistência Social. Entendemos que investir para fazer com que os nossos Cras estejam vivos e ofertando um serviço de qualidade é contribuir para que as famílias atendidas tenham as suas realidades transformadas e não tenham os seus direitos violados”, observa a diretora da Proteção Social da Assistência Social.

Transformando realidades

Quem atua na ponta, ou melhor, dentro de um Centro de Referência, enxerga a sua responsabilidade e missão, como é o caso da Vanessa Côrtes, coordenadora do Cras Maria José de Menezes, que fica instalado no Cras Coqueiral. “Tudo que fazemos é algo muito bem pensado e articulado porque todas as atividades têm como finalidade empoderar os nossos usuários, fortalecer a cidadania e garantir direitos. Então, toda atividade seja ela lúdica, de lazer ou pedagógica tem sempre o intuito de passar uma mensagem e mostrar os caminhos que devem ser traçados”, explica.

Dentre os projetos oferecidos pelo Cras do Coqueiral, em que são atendidas crianças, adolescentes, adultos e idosos, o “Entre Negros: Capturando Autoestima” é um dos favoritos das crianças inscritas no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. “Minha irmã disse que o cabelo loiro é mais bonito, daí queria pintar o meu com esse tom. Mas gosto da cor dos meus cabelos. A tia chegou pra mim e disse que o natural dos meus cabelos é lindo e que eu deveria deixar da forma como eu me sentisse melhor, e que não fosse pelo o que as outras pessoas acham”, contou a Beatriz Santos Rosa, de 12 anos, que participa do projeto desde o início.

Nesta semana, o Cras Maria Diná, situado no bairro 17 de Março, inaugurou, em parceria com o Instituto Raharim, o projeto ‘Com Elas’, que é oferecido para as mulheres atendidas pelas duas instituições, e que tem como foco estimular o empoderamento e a qualificação das participantes. “A nossa pretensão é que, pelos menos uma vez por mês, a gente consiga reunir essas mulheres para que, de mãos dadas, possamos trabalhar diversas temáticas que influenciam, diretamente, na vida dessas mulheres, a exemplo do enfrentamento da violência contra a mulher, projeto de vida, sororidade, entre outros. Estamos fazendo com que elas saiam daqui cada vez mais empoderadas e fortes para correr atrás dos seus objetivos”, disse a coordenadora Tatiana Souza.