Prefeitura de Aracaju utiliza Mapografia Social para melhorar a realidade dos aracajuanos

Agência Aracaju de Notícias
09/04/2019 09h38

Apresentar uma caracterização abrangente do território, através de uma coletânea de mapas, elaborada para apresentar os principais indicadores socioeconômicos do desenvolvimento aracajuano. Esse é o objetivo da Prefeitura Municipal com a publicação da “Mapografia Social de Aracaju ”. O trabalho coordenado pelo Observatório Social, da Secretaria Municipal Assistência Social, mostra um amplo mapeamento das características demográficas, sociais, econômicas e ambientais da cidade. 

As estatísticas levantadas, dispostas em mapas e gráficos, traz um retrato fidedigno das desigualdades socioespaciais, ainda existentes na capital, e contribui para que a gestão pense em projetos baseados na realidade. A mapografia social é composta por 31 variáveis, que tratam de temas como Pobreza e Desigualdade, população, população segundo cor ou raça, população por gênero e faixa etária, responsabilidade familiar, educação, tipologias e perfis dos domicílios da capital e emigração. Nesse estudo, foram utilizados dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o coordenador do Observatório Social, Marcelo Cruz, a Mapografia Social é resultado de um trabalho minucioso de coleta de dados socioeconômicos dos moradores e domicílios da cidade. “Esses dados foram analisados a partir dos diversos olhares, integrando áreas do conhecimento como a estatística, as ciências econômicas, geográficas e cartográficas, que analisadas de maneira interdisciplinar, tornam-se uma importante ferramenta para o planejamento de políticas sociais em Aracaju”, explicou.

A Mapografia é resultado da parceria entre a Coordenação de Geoprocessamento da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplog), a Secretaria da Assistência Social através do Observatório, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS).  “Esse estudo buscou mapear e identificar as demandas sociais, para que o poder público possa ter uma priorização dos investimentos nas localidades e grupos etários mais demandantes. É um levantamento que servirá para tomada de decisão da gestão, mas também como fonte de pesquisa para universidades e iniciativa particular”, afirmou.

Levantamento
 
Com base no levantamento, foi constatado que o número de mulheres em Aracaju supera o de homens. O dado recenseado no ano de 2010 traz um total de 571.149 pessoas na capital sergipana, sendo que 54% são do sexo feminino. Em bairros como Porto Dantas, Japãozinho, Lamarão, Soledade e Santa Maria, a diferença entre o número de homens e mulheres é menor.  O estudo também mostra que nesses bairros a população de idosos é menos representativa e o número de crianças e adolescentes é alto. Observou-se ainda que os aspectos demográficos, como sexo, cor e idade, variam de acordo com o nível de renda de cada bairro da cidade. 

Outro dado que chamou a atenção foi com relação à composição etária. A população adulta, entre 30 a 59 anos, representava 40% dos habitantes de Aracaju em 2010. Este grupo também compõe a força produtiva do município. Em relação ao censo demográfico de 2000, esta faixa etária foi a que apresentou o maior crescimento na participação relativa entre as faixas etárias analisadas neste estudo. Em 2000, esta faixa respondia por 34% da população local. O aumento de 44,8% no número de pessoas nessa faixa etária, verificado entre 2000/2010, traz oportunidades e pode representar um bônus demográfico para a cidade.

O mapa da Pobreza e Desigualdade Social no município de Aracaju também despertou interesse. Este estudo teve como referência o ponto de corte de renda definido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome que em 2010 estabelecia R$ 70,00 per capita como situação de extrema pobreza e R$ 140,00 pobreza. Os domicílios em situação de pobreza estão localizados nos extremos norte e sul.  “Esse mapa apresenta como Aracaju é desigual em relação à distribuição de renda. A gente tem alguns bolsões de pobreza, que inclusive, a gestão tem direcionado mais investimentos para esses locais, como forma de diminuir as desigualdades, a exemplo dos investimentos em educação, saúde e infraestrutura para os bairros Santa Maria, 17 de março e Japãozinho”, destacou.

Observatório Social
 
A ferramenta, lançada há um ano e meio, auxilia a gestão, principalmente na área social. Esse projeto produz dados e informações para o município, sendo a mapografia um dos principais estudos elaborados pelo Observatório Social. As informações contidas na base do Observatório Social são levantadas em fontes diversas de dados, como IBGE, DATASUS, RAIS/CAGED, além do Cadastro Único do município. Esse último é uma poderosa ferramenta de planejamento de políticas sociais com informações atualizadas, como número de jovens desempregados e/ou sem estudar, famílias em situação de vulnerabilidade e os bairros em que se concentram e vários outros indicadores do desenvolvimento socioeconômico municipal.